Após relato de abuso sexual de meninas ianomâmi, MPF diz que pediu à União novas ações policiais

Edson Barbosa Por Edson Barbosa
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Garimpeiros que exploram as terras Ianomâmis, em Roraima, estariam aliciando mulheres e adolescentes com comida em troca de sexo, segundo um relatório obtido e divulgado pelo jornal O Globo. Pelo que parece, para o MPF (Ministério Público Federal) as operações executadas em 2021 pelo Governo Federal não foram capazes de conter o avanço da atividade ilegal no território.

Relatório da Hutukara Associação Yanomami, divulgado nesta segunda-feira (11), relata avanço de 46% do garimpo na reserva indígena. A maior terra indígena do Brasil é alvo de cerca de 20 mil garimpeiros. Esse avanço do garimpo ilegal levou a área, além dos problemas já conhecidos como contaminação dos rios, devastação da floresta, malária e violência na disputa pelas áreas, a violência sexual de mulheres indígenas.


Mãe yanomami com seus filhos na comunidade Palimiú (Foto: Alexandro Pereira/Rede Amazônica)


Foi apresentado pelo MPF à Justiça Federal novo pedido para obrigar a União a retomar ações de proteção e operações policiais contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A informação foi revelada nesta segunda-feira, após a divulgação da denúncia da Hutukara Associação Yanomami de que garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres indígenas como moeda de troca por comida na reserva.

O relatório elaborado pela Hutukara Associação Yanomami revelou a morte de ao menos três menores abusadas por garimpeiros. De acordo com O Globo, o esquema envolve aliciamento, violência e abuso sexual contra mulheres e crianças. Os garimpeiros, em alguns casos, embriagam as jovens e as estupram até a morte.

Com isso a situação do povo Ianomâmi se torna mais difícil com o avanço do garimpo. Com a oferta de caça cada vez menor e saúde dos indígenas também debilitada pelas doenças trazidas pelos invasores, as jovens indígenas se veem obrigadas a trabalhar para os garimpeiros.

Os invasores se aproveitam da fome das mulheres Ianomâmis, escolhendo mulheres e jovens para passarem as noites com eles. Ainda de acordo com reportagem do jornal O Globo, o Ministério Público Federal de Roraima e a Polícia Federal já receberam denúncia de casos parecidos em outras regiões, no entanto, os casos não foram investigados.

Foto Destaque: Reprodução/Reuters 

 

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