Arqueólogo explica sobre teorias em torno da lenda sobre a “cidade perdida no Amazônia”

Diellen Grisante Por Diellen Grisante
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O arqueólogo Eduardo Goés Neves, explica que algumas informações, sobre a lenda da cidade perdida no Amazonas não fazem o menor sentido, “Tudo isso é um delírio”, afirma ele. O pesquisador trabalha a mais de 30 anos, com uma rede de pesquisadores para revelar sobre os povos que viveram e ainda vivem no local. Segundo algumas postagem nas redes sociais, o lugar seria “maior que a Grande São Paulo” e que “esconde muita riqueza, como esculturas de ouro e tecnologias avançadas de nossos ancestrais”

Sobre o Ratanabá ele não confirma algumas publicações científicas em torno do assunto, que foram feitas recentemente. 

“Há mais de 20 anos, os arqueólogos que atuam na região defendem que existiam cidades na Amazônia, mas isso era visto como coisa de maluco”, conta.

“Com o passar do tempo, a perspectiva foi mudando e a comunidade acadêmica começou a aceitar que, sim, existem evidências de sítios de grande dimensão, estradas e aterros construídos há muito tempo”, o especialista, reforça que essas descobertas não têm nada a ver com civilizações antigas.

“Agora, todo o nosso esforço pode quase voltar à estaca zero com a história de Ratanabá e a propagação de informações das maneiras mais estapafúrdias possíveis”, completa.


Ratanabá (Foto: Reprodução/Daiki/Pesquisas)


O pesquisador também pontuou  alguns argumentos utilizados nas redes sociais, que não fazem o menor sentido sobre a lenda. Segundo as informações a região seria maior que a grande cidade de são paulo, isso não estaria em acordo com a comprovação científica, “Ainda não temos uma estimativa exata de quantas pessoas vivem nessas cidades da Amazônia, mas certamente elas não tinham o tamanho de São Paulo de jeito nenhum”, diz Neves. 

Outro ponto seria sobre o lugar esconder riquezas, ter o avanço da tecnologia dos ancestrais, o arqueólogo explica que, “Me parece uma mistura da ingenuidade das pessoas, que querem acreditar nesse tipo de coisa, com interesses econômicos de exploração da Amazônia”.

“E também não podemos ignorar o racismo nesse contexto. Quando se fala que existiram civilizações ‘avançadas’ há 300 milhões de anos, você está retirando dos povos ancestrais, que são os antepassados dos indígenas de hoje, a autoria de todas aquelas construções”, acrescenta.

 

Foto de destaque: Amazônia foi moldada pela ação humana ao longo de milênios (Foto: Reprodução/Getty images)

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