Nesta quarta-feira (3), após anos de arquivamento, foi revelada a lista contendo várias pessoas ligadas à Jeffrey Epstein, bilionário norte-americano que foi o organizador de um esquema de tráfico sexual possivelmente envolvendo vários políticos e celebridades. Entre as pessoas identificadas na lista, estão Bill Clinton e Donald Trump, ex-presidentes estadunidenses, príncipe Andrew, do Reino Unido, entre outros.
Suspeitos
A Justiça dos Estados Unidos está tornando um total de quarenta documentos públicos, nos quais estão mais de 150 pessoas relacionadas a Epstein. Entre os mais relevantes são os registros de voo à ilha privada de Epstein, Little St. James, onde o bilionário foi condenado em 2008 por exploração sexual de menores.
Desde 1997, Epstein havia confraternizado com vários milionários de Wall Street, empresários de Silicon Valley, celebridades, e até a realeza, muitos dos quais hoje são suspeitos de ter participado no esquema. Após as acusações, enquanto ainda estava preso aguardando julgamento por tráfico sexual, Jeffrey Epstein morreu aos 66 anos de idade em 2019, alegadamente por suicídio.
Donald e Melania Trump, Jeffrey Epstein, e Ghislaine Maxwell, em 2000. (Foto: reprodução/The Telegraph)
Na falta de uma possível confissão, com explicitação dos participantes, a justiça americana teve de recorrer a outros recursos, como as dezenas de registros de voo. Estão agora sendo revelados após um processo de Virginia Giuffre contra Ghislaine Maxwell – ex-namorada e parceira de Epstein, que foi também foi condenada por facilitar o tráfico sexual de menores – após uma juíza federal decidir que não havia mais justificativa legal para mantê-los privados.
Entre os nomes sendo divulgados, o do ex-presidente americano Bill Clinton aparece mais de 50 vezes nos documentos revelados. Em 2019, um porta-voz confirmou que ele esteve no avião privado do bilionário, mas que não tinha ideia dos seus “crimes horríveis”.
Já o Príncipe Andrew, do Reino Unido, ressurgiu nos documentos em um evento de 2001 que ele teria anteriormente negado, e que ocorreu na casa de Epstein em Manhattan. Trataria-se, segundo uma acusação de Giuffre, de um encontro sexual arranjado por Ghislaine Maxwell. Em 2023, Andrew fez um acordo judicial por quantia não revelada, e negou irregularidades.
Outros nomes também se encontram presentes nos documentos, como o do ex-presidente Donald Trump, que em diversas ocasiões também foi conectado ao bilionário, com quem mantinha amizade próxima.
“Conheço Jeff há 15 anos. Cara fantástico,” disse Donald Trump em fala registrada de entrevista ao New York Magazine em 2002. “Ele é muito divertido de estar perto. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são mais jovens.”
Ilha de Little St. James para onde Epstein ia em seu avião privado. (Foto:Reprodução/AP Photo/Gianfranco Gaglione)
Little St. James
A ilha privada na qual as principais acusações aconteceram se localiza no território das Ilhas Virgens estadunidenses. Antes mesmo do caso vir a público, os locais já tinham suspeitas do que ocorria por lá.
“Em múltiplas ocasiões eu vi Epstein sair de seu helicóptero, pisar no asfalto a vista da minha torre, e entrar no seu jato privado com crianças – meninas,” reportou um controlador de tráfego aéreo ao portal Vanity Fair.
Atualmente, Ghislaine Maxwell, parceira mais próxima de Epstein na operação do esquema, está presa por causa das condenações decorrentes do caso. Também para a força investigativa são minimamente suspeitas as pessoas com quem se associa, entre as quais a mais famosa recentemente é Elon Musk, que, no entanto, negou qualquer proximidade em posts no X.
Foto Destaque: Jeffrey Epstein e Bill Clinton. (Reprodução/Uol/Glamurama)
