Neste sábado (19), ocorreu um ataque a tiros na região da Cisjordânia ocupada por judeus que deixou dois civis israelenses mortos, segundo as Forças Armadas de Israel. O atentado ocorreu em um posto de gasolina de um assentamento judeu, em uma região que nos últimos meses vem sofrendo com ataques do mesmo tipo.
Histórico da região
A região da Cisjordânia é fortemente disputada por palestinos e judeus desde a criação de Israel, em 1948. Ela é militarmente controlada por Israel, mas habitado em sua maioria por palestinos (cerca de 86% da população local) e juntamente com a Faixa de Gaza é uma região reivindicada pelos palestinos para a criação de um Estado Independente.
No plano inicial da ONU sobre a partilha de região entre judeus e palestinos, a Cisjordânia faria parte do Estado Árabe, mas Israel tomou militarmente a região em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. A construção destes assentamentos judaicos é considerada ilegal tanto pela ONU, quanto pela maioria dos países.
Nova onda de violência
A escalada da violência nessa região é devido a questões políticas advindas desde o ano passado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi eleito nas eleições de 2022 graças ao apoio e aliança com Itamar Ben-Gvir, deputado com discurso claro contra palestinos. E uma das exigências de Bem-Gvir para apoiar o novo governo foi justamente o aumento de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
Parlamentar de extrema direita de Israel, Itamar Ben Gvir. (Foto: reprodução/Tsafrir Abayov/AP)
Em junho de 2023, atendendo a essas demandas, Natanyahu anunciou ter aprovado alvarás para a construção de mais de 5 mil unidades habitacionais na região, o que aumentou e muito a discórdia entre palestinos e judeus que ocupam a área.
A primeira ação em resposta a ataques aos colonos judeus aconteceu no início de julho, quando o Exército Israelense realizou uma ação em Jenin, na Cisjordânia deixando 12 mortos e seno considerada a maior ação de Israel na região dos últimos 20 anos e dando início a serie de ataques de ambos os lados.
Foto destaque: Militares revistam carro na Cisjordânia após ataque com dois mortos. Reprodução/Nasser Nasser/AP