Ataques em RN podem ter partido por ordens de advogados de facção

Raphael Klopper Por Raphael Klopper
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Desde a noite da segunda-feira (13/03), diversas cidades do estado do Rio Grande do Norte se tornaram alvos de ataques criminosos, com registros marcados de veículos sendo queimados e tiroteios a bases de polícia, além de outras formas de violência pública. Nesta quarta-feira (15/03) o mais novo alvo dos criminosos foi o Terminal de ônibus de Parnamirim, região Metropolitana de Natal, além de uma garagem de empresa privada de ônibus de Turismo, cujos ataques aconteceram durante a madrugada.

Os ataques levaram o Ministério da Justiça enviar a Força Nacional ao Estado atendendo ao pedido da governadora Fátima Bezerra (PT). No momento, as autoridades do estado investigam se as ordens dos ataques podem ter partido de líderes presos da facção Sindicato do Crime e se foram transmitidas através dos advogados da organização.

Entre os principais suspeitos, José Kemps Pereira de Araújo, considerado o fundador do Sindicato do Crime e comandante das cadeias potiguares, é o apontado como o possível mandante chefe dos ataques. Desde janeiro, Kemps esteve em uma penitenciária da grande Natal após ser preso pela Polícia Federal em Pernambuco, e fora transferido para o presídio federal na terça (14/03).


Garagem de ônibus da cidade de Tibau do Sul em incêndio na terça-feira (15). (Foto: Reprodução / CNN)

Kemps responde a 20 processos de homicídios, organização criminosa, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. O Ministério da Justiça investiga a hipótese de que Kemp possa ter usado o trânsito dos “gravatas” para ordenar os ataques por todo o estado.

Apelido adotado pelos advogados constituídos pela organização criminosa e atuam como principais responsáveis em manter a comunicação entre os líderes presos, e os que ainda estão em liberdade, funcionando como “operários” da facção e seu sistema de operação.

Porém, segundo uma apuração do “O Estado de São Paulo”, é pouco provável que José Kemps Pereira de Araújo possa ter ordenado algo, pois, antes de sua transferência, o mesmo cumpria sentença em uma cela isolada sem energia elétrica nem contato com outros presos ou policiais penais. Fazendo então com que as suspeitas do ordenamento dos ataques recaiam, não só nos advogados, mas também com familiares do preso que mantiveram contato em visitas.

Ainda nesta quarta-feira, o Ministério Público noticiou a condenação de Mona Lisa Amélia Albuquerque de Lima, uma das advogadas presas na Operação Carteiras, em 2022. A sentença aponta Mona Lisa como a “coordenadora dos Gravatas”, responsável por chefiar todo o esquema de troca de mensagens da facção, atendendo a todos os pedidos e preocupações dos chefes encarcerados, além de organizar e cobrar relatórios dos criminosos custodiados, repassando orientações aos operários.

 

Foto Destaque: Terminal de Ônibus atacado em Parnamirim no Rio Grande do Norte (Reprodução / CNN)

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