Atenção aos riscos de saltar em mares, piscinas e cachoeiras deve ser redobrada

Alexandre Muniz Por Alexandre Muniz
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Durante o verão é a época que a animação de viajar contagia grande parte da população, e fica muito comum vermos aqueles amigos ou parentes aparecendo saltando em fotos em lugares paradisíacos de águas rasas ou profundas. 

Mas, como sempre é preciso precaução na hora de pular em qualquer água, já que nos meses do verão, o mergulho em águas rasas é a 2ª maior causa de lesão medular, segundo a SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).É consenso entre médicos que sempre existe um risco em potencial seja qual for o mergulho que o banhista escolher: então atenção aos banhos em cachoeira, piscina ou mar. O risco é sempre maior quando o local tem presente pedras pontiagudas ou escorregadias, troncos de arvores, bancos de arreia ou obstáculos que passam despercebidos à primeira vista. 
Isso vale para mergulhos em águas profundas, na verdade é preciso ainda mais cuidado, onde o banhista pode não achar o fundo, e se complicar para sair do problema. Além de redemoinhos, trombas d’agua, correntezas ou algum animal perigoso aparecerem de surpresa numa água aparentemente tranquila. Fadigas, falta de ar ou mal-estar também podem acometer o nadador, podendo até o levar a morte. 

O recomendado por especialistas é que antes de entrar em qualquer água, ir com cuidado tateando com os pés um de cada vez, para ter uma noção real da profundidade de piscinas, rios e mares, ou qualquer água além da sua altura para saber o que tem por ali. Jamais devemos saltar, fazer acrobacias ou pulos sem antes conferir o terreno submerso. 
Mesmo com todas as precauções tragédias ainda podem acontecer. Ainda corremos risco ao saltar na perpendicular, caindo reto na água, ainda dependendo da altura e impacto do seu corpo ao atingi-la podem ocorrer torções, luxações, comprometimento das articulações ou fraturas nas pernas e pés. 
Não existe uma altura segura, mas é conhecido que quanto mais alto a altura for o salto, maior os riscos devido a velocidade que o corpo atinge. 


Saltos em cachoeiras, piscinas e mares devem ser feitos somente por profissionias esportivos (Foto: Reprodução/Bebés y más)


Trampolins ou qualquer ponto elevado metros acima d’agua, deve ser feito somente por profissionais esportivos, já que o risco de mergulhar de cabeça em um lugar mal planejado pode ser fatal ou levar a tetraplegia, quando são traumas gravíssimos a coluna vertebral. Ao atingir um obstáculo não identificado antes do salto, o banhista vai receber em seu corpo todo o impacto de seu próprio peso acelerado pela queda, ou sofrer lesões e traumatismos nas mãos e crânio, além de também correr o risco de desenvolver disfunções neurológicas. 
Uma pessoa fica paraplégica quando já uma interrupção parcial das conexões nervosas entre o cérebro e membros do corpo, geralmente na dorsal ou lombar, perdendo assim as funções musculares na parte inferior. Mas a tetraplegia é um caso mais gravíssimo ainda, porque ele consiste em um trauma na medula, que faz o paciente perder os movimentos do pescoço para baixo.

Quando um acidente desse tipo acontecer, não mova a cabeça, chame ajuda médica urgentemente, como o Samu. Se o acidentado estiver na água ele deve apenas ser retirado dela para prevenir hipotermia ou afogamento. Dados divulgados pela SBC (Sociedade Brasileira de Coluna) relata que 90% dos casos são de jovens, os com sequelas, cerca de 60% perdem os movimentos dos braços ou pernas. 

Prevenir um acidente físico trágico, traumas e deficiências como as descritas aqui só dependem de medidas simples de precaução, confira algumas descritas abaixo:

Não se arrisque em águas turvas ou desconhecidas; 
Não mergulhe após consumir bebida alcoólica ou substâncias que afetem o raciocínio;
Não brinque de empurrar amigos e familiares dentro da água; 
Não pule de lugares altos, mesmo que se trate de uma atração turística;
Verifique a profundidade da área de mergulho. Procure por marcações, placas ou avisos. O ideal é que ela tenha ao menos o dobro de sua altura; 
Atenção redobrada em locais de natureza, com pedras, árvores, correntezas e animais; Não corra para saltar em piscinas, principalmente estreitas ou com bordas escorregadias; 
Não salte com cambalhotas, de costas ou de cabeça na água;
Em todo local que frequentar, faça o reconhecimento prévio com os pés; 
Não se deixe levar por provocações de que se é medroso e nem instigue crianças a pular.

 

Fontes: Alexandre Fogaça, professor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina na USP; Júlio Barbosa, médico pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e especialista em neurocirurgia; e Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da AAP (Academia Americana de Pediatria).

Foto destaque: Mergulhos em lugares rasos ou profundos são igualmente perigosos Reprodução/Como Fazer

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