A cada eleição, as mulheres representam cada vez a maioria do eleitorado brasileiro. Um levantamento realizado pela Globonews com base em dados do TSE, mostra que a diferença entre as quantidades de títulos delas e dos homens nunca foi tão grande quanto neste ano. No mês de março, mulheres possuíam 78,4 milhões de títulos – 8,5 milhões mais do que os homens, 69,8 milhões.
Números apurados em março, indicam que as mulheres representavam 53% do eleitorado; os homens são 47%, diferença de seis pontos percentuais que aumenta a cada eleição presidencial. Entre os grupos de pessoas cuja o voto pode ser facultativo a diferênça é maior: as mulheres representam 56% e os homens, 44% do eleitorado.
A professora de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marjorie Corrêa Marona, avalia que uma diversos fatores podem inteferir na maior participação das mulheres jovens nas eleições: “De um modo geral, as mulheres são mais afetadas pelas crises econômicas, pelas desigualdades sociais, pela violência. Pegando a série histórica, o que a gente vai observar é que, de fato, a gente tenha indicadores de que isso possa ser uma reação a um cenário mais desfavorável às mulheres.“
Mulher votando. Foto: Reprodução/Jornalailha
A especialista, ainda afirma que o processo se expandiu durante a pandemia: “Particularmente, vale lembrar que a pandemia reforçou esses processos de exclusão, de desestruturação. São as mulheres que veem o preço da comida no supermercado, então, elas são mais afetadas pela inflação. As políticas de isolamento social acabaram elevando os dados relativos à violência doméstica. As mazelas, do modo como foi conduzido o enfrentamento da pandemia pelo governo [federal], não são distribuídas igualmente pela sociedade, elas afetam mais as mulheres. Nesse sentido, a gente pode imaginar que esse engajamento mais recente seja uma forma de reagir a um determinado conjunto de estratégias do governo.”
Dados relativos a eleições presidenciais passadas evidenciam o aumento do peso do voto feminino no Brasil. Nas eleições de 2002, mulheres respondiam por um contingente de 58,6 milhões de eleitoras, o que equivalia a 51% de pessoas apto a votar; os homens eram 56,4 milhões, 49% do total.
Foto destaque: mulher em frente a cabine de votação. Reprodução/Folhadomate