Balenciaga lança tênis “destruído” e gera repercussão na internet

Giovana Sedano Por Giovana Sedano
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Na tarde de segunda (9), a Balenciaga divulgou a pré-venda para os seus novos tênis. Disponível em versões mule, por US$ 495 (cerca de R$ 2,6 mil), e de cano alto, por US$ 1,8 (cerca de R$ 10 mil), o calçado full destroyed (completamente destruído), é a nova aposta da marca.

No texto de lançamento do Paris Sneaker, a marca de luxo destaca as características dos novos produtos.

Um design clássico reformulado interpreta o atletismo de meados do século e o desgaste casual atemporal em preto, branco ou vermelho, com sola e biqueira de borracha branca. É finalizado com tela desgastada e bordas ásperas, criando uma aparência pré-usada. O tênis Balenciaga Paris vem em estilos com cadarço, seja de cano alto ou mule sem costas.

Os sapatos desenhados por Demna Gvsalia estão disponíveis em três cores, no geral: vermelho, preto e branco, sendo todos eles de cano alto. As unicas exceções são os mules, com a parte de trás recortada, embora a frontal ainda traga a silhueta marcante do tênis, em um design parecido com o Chuck Taylor, da Converse.

As fotos que protagonizavam as publicações, em todas redes sociais, eram em sua maioria as utilizadas para a divulgação e propaganda dos tênis. Já os que foram até o site oficial da Balenciaga encontraram na descrição do produto, mesmo que mais limpo nessas imagens, palavras fieis às suas características: “Algodão e borracha totalmente destruídos”. Além de “rasgos em todo o tecido”

“Deve ser usado por toda vida”, justificou a marca em comunicado.

Mas porque uma marca de luxo, tão consolidada no mercado, iria vender sapatos “destruídos” que com certeza iriam levantar questionamentos e gerar comentários hostis? A reposta é simples: o designer que criou essas peças.

Demna Gvsalia é o diretor criativo da Balenciaga desde 2015, grife francesa fundada pelo espanhol Cristóbal Balenciaga, em 1917. Há mais de 100 anos, a inovação sempre foi um dos principais pilares da etiqueta. As raízes da cultura na Espanha, como o flamenco, e pintores locais, como Diego Velázquez e Francisco Zurbarán, estavam entre as inspirações do alfaiate Cristóbal para criar suas coleções.


O diretor criativo da Balenciaga Demna Gvasalia (Getty Images)


Exatos 50 anos após a morte do fundador, o novo nome por trás da grife, parte do Grupo Gucci, é um refugiado da Geórgia. O “esquisito e solitário”, como o próprio Demna já se autodenominou em entrevistas, faz da Balenciaga uma das marcas mais poderosas do mundo.

A marca apostou nesse conceito não por estilo, mas sim por ser algo de fácil comunicação com os jovens. Esse tipo de conteúdo gera engajamento, tornando quase como algo viral.

Podemos perceber que o designer gosta desse tipo de ação, como na roupa feira para a influencer Kim Kardashian, no Met Gala de 2021, onde não era possível ver o rosto dela. 

“Você não podia ver o rosto de Kim, mas sabia instantaneamente quem era ela, porque é assim que a celebridade funciona hoje em dia”, disse Gvasalia à W Magazine. “Seu corpo é sua marca, e você não precisa ter nenhuma decoração. Teria sido chato para mim colocar algum tipo de lustre na cabeça dela.”

O seu estilo de criação mostrou ser algo além do consumo, mas sim algo para se questionar e gerar uma discussão sobre como somos facilmente influenciados pelas tendências e likes.

 

Foto Destaque: Reprodução/Redes Sociais 

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