Há 26 dias das eleições, a campanha de Lula viralizou um novo vídeo eleitoral em que foca nos últimos escândalos protagonizados pela família Bolsonaro. Na peça publicitária, que começou a ser veiculada na TV e nas redes sociais no último fim de semana, o locutor se refere à compra de 107 imóveis ao longo de 30 anos em transações realizadas por Bolsonaro e sua família, dos quais 51 foram negociados completa ou parcialmente em dinheiro vivo. O vídeo se refere ao caso como “escândalo tamanho família”.
Para Jair Bolsonaro e sua equipe jurídica, o vídeo degrada a “boa imagem” do atual presidente e tenta produzir a sensação de que ele e seus filhos são agentes políticos desonestos. Por tais motivos, o presidente e sua equipe entraram, nesta segunda-feira (5) com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral para que a peça seja censurada.
Dentre os imóveis adquiridos pela família de Bolsonaro, 25 já levantaram suspeitas ao Ministério Público do Rio e do Distrito Federal. A Polícia Federal pediu, recentemente, o início de uma investigação à Ana Cristina Valle, ex-esposa do presidente, pela compra de uma mansão de R$ 2,9 milhões em uma área nobre de Brasília, onde mora com o filho, Jair Renan.
Após sabatina em Brasília no último dia 30, Bolsonaro pareceu não reconhecer o problema em comprar 51 imóveis com dinheiro vivo: “Qual o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel?” questionou o atual presidente.
Trecho do vídeo da campanha petista. (Foto. Reprodução/ PT)
Em entrevista à Folha de São Paulo em 2018, o atual presidente afirmou não usar dinheiro vivo em suas transações: “Levar em dinheiro e pagar? Geralmente é DOC. Levar dinheiro não é o caso. Pode ser roubado. Tira do banco direto e manda pra lá. Eu não guardo dinheiro no colchão de casa.”
Em discurso em São Paulo nesta segunda (05), Lula aproveitou para alfinetar Bolsonaro: “Saiu uma denúncia de que o presidente honesto comprou 107 imóveis desde que entrou na política, com 26 milhões de reais em dinheiro vivo. Eu não sei o que é, o que eu sei é que tem algo podre no ar. O importante é que essas coisas sejam investigadas.”
O pedido da equipe jurídica do presidente está sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia, que não deve retirar o vídeo do ar.
Foto Destaque: Bolsonaro enfrenta crise frente às eleições. Foto. Reprodução/AFP