Ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a espalhar fake news sobre as vacinas, sem qualquer comprovação científica ele disse ter lido a bula do imunizante e viu a presença de “grafeno” em sua composição e que, segundo ele, a substância se acumularia nos testículos e ovários, tudo isso durante o evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí.
“Agora vocês vão cair pra trás. A vacina de RNA tem dióxido de grafeno, tá. Onde ele se acumula segunda a Pfizer que eu fui lá ver aquele trem lá, no testículo e no ovário. Eu li a bula”, disse Bolsonaro durante uma argumentação do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) se o grafeno seria importante para o desenvolvimento econômico.
Evento de filiação do prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado (ao centro), ao PL teve o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. (Reprodução/Poder 360)
Bolsonaro está a cinco dias de seu julgamento no TSE por ter disseminado notícias falsas contra a urna eletrônica durante um evento com embaixadores no Palácio da Alvorada no período das eleições do ano passado, onde foi o único presidente da história a não conseguir a reeleição em nosso país.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é que faz a distribuição das bulas das vacinas Pfizer, CoronaVac e Janssen e nelas não há qualquer citação sobre a presença do grafeno em suas composições. Ele é um material composto de átomos de carbono e, segundo apontamento do Inmetro, será o futuro da tecnologia.
O ex-presidente retomou sua mana de disseminar notícias falsas exatos cinco dias para seu julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para decidir se vai ficar inelegível por disseminar notícias falsas, dessa vez sobre o funcionamento das urnas eletrônicas durante sua campanha eleitoral do ano passado, além de responder por abuso de poder político e dos meios de comunicação no TSE.
E além de ser o primeiro presidente a ser derrotado na tentativa de reeleição, poderá ser o primeiro ex-presidente a se tornar inelegível e perder os direitos políticos. Foi o que quase aconteceu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, por causa das condenações pela Justiça comum no âmbito da operação Lava Jato, o que o enquadra na Lei da Ficha Limpa. Mas anos depois suas acusações foram anuladas pelo STF.
Foto destaque: Bolsonaro tem o costume de soltar fake news sobre as vacinas. Reprodução/Correio do Povo