O Brasil é um dos países que mais produz e consome plástico no mundo. O resultado disso é a poluição ambiental, já que o plástico demora centenas de anos para se decompor. Um dos maiores ecossistemas afetados é o oceano, com mortes de animais e perda de biodiversidade. Para mitigar os impactos da poluição por plásticos no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou um Tratado Global Contra a Poluição Plástica, que deverá ser consolidado até o final de 2024.
O Tratado Global Contra a Poluição Plástica e o Brasil
O Tratado foi anunciado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Comitê de Negociações Intergovernamentais (INC) da ONU no início de setembro deste ano, e debatido por quase 175 países em Nairóbi, no Quênia, nos dias 13 a 19 de novembro. Entre esses países, esteve o Brasil.
Os principais objetivos do Tratado é a eliminação de plásticos de uso único, otimização da reciclagem e emprego de mecanismos de monitoramento e financiamento. Além disso, o rascunho prevê que essas medidas devem ser implementadas em formas de leis nacionais.
Durante a reunião realizada em Nairóbi, o Brasil se manteve numa posição neutra perante o assunto. Representado pelo Ministério do Meio Ambiente, o país não deu grandes contribuições ao texto e, segundo ambientalistas, parece querer “fazer o jogo” da indústria petroquímica, que ainda é significativa na economia brasileira.
Catadores realizam seleção de material plástico (Foto: reprodução/ Adenilson Nunes/ Gov – BA)
Economia circular como alternativa
Em linhas gerais, a economia circular é um modelo que prioriza a reciclagem de materiais ao invés do descarte. O modelo é bom para o meio ambiente e reduz custos de produção e consumo. Um exemplo de economia circular são os catadores, que coletam materiais recicláveis nas áreas urbanas e as tornam reutilizáveis, gerando renda para suas famílias.
De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, o emprego da Economia Circular dos Plásticos pode reduzir em até 80% o volume de plástico que vai anualmente para os oceanos até 2040, além de gerar uma economia de US$ 200 bilhões por ano e criar cerca de 700 mil empregos. Para Adelmison Zamboni, oceanólogo e diretor-geral da Oceana Brasil, essa poderia ter sido uma das propostas do Brasil na reunião, que deixou a desejar.
Foto Destaque: garrafas plásticas descartadas em água (reprodução/Freepik)