Brasil “faz muita falta” no cenário internacional, diz Presidente de Portugal

Luísa Giraldo Por Luísa Giraldo
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O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, de 74 anos, disse, em uma declaração, nesta segunda-feira (2), que o Brasil “faz muita falta” no cenário internacional e que espera “muita coisa nova” no relacionamento entre os dois países com o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele discorreu sobre o assunto pouco antes de se reunir com Lula no Palácio do Itamaraty, em Brasília, onde foi recebido, junto a outros líderes estrangeiros, na segunda, um dia após o petista ter assumido mandato presidencial pela terceira vez.

Rebelo, que também marcou presença na posse do último Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), há quatro anos, foi questionado sobre o que espera do novo governo, agora que Lula assumiu a faixa presidencial. “Significa verdadeiramente muita coisa nova no relacionamento entre Portugal e Brasil. Brasil multilateral, Brasil na cena internacional, Brasil nas organizações, ele que faz muita falta”, disse o 20° Presidente da República Portuguesa.

Nas últimas semanas, Lula, acompanhado pelo novo chanceler Mauro Vieira, tem destacado que pretende recuperar o protagonismo do Brasil em fóruns internacionais. Isso porque o governo Bolsonaro colecionou atritos diplomáticos com alguns parceiros como China, França, Alemanha e Argentina – a atuação dele foi, inclusive, criticada por vários países em diversas áreas.

Rebelo, após a reunião com Lula, voltou a mencionar a disposição do Brasil de reforçar a participação nas discussões entre os países. “Falamos daquilo que é a posição do Brasil em organizações internacionais, onde também está Portugal e onde está a nova visão multilateral, que é o regresso do Brasil em força ao mundo em uma linha muito portuguesa, que é entendermos que ser-se verdadeiramente patriota é ser-se ao mesmo tempo sempre universal”, comentou ele.

 

Entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque

O presidente português compartilhou ainda os planos de Lula de visitar Portugal, entre 22 e 25 de abril deste ano. Entre os compromissos, está marcada a entrega do Prêmio Camões, um dos maiores reconhecimentos da literatura em língua portuguesa, organizado pelos governos brasileiro e português, ao cantor e compositor brasileiro Chico Buarque.

Chico, que é apoiador do petista, foi anunciado, em maio de 2019, como vencedor da 31° edição do Prêmio Camões e ganhou 100 mil euros. O diploma conta tradicionalmente com a assinatura do presidente do Brasil, apesar disso, Jair Bolsonaro não assinou o documento na ocasião.


Chico Buarque e Lula em evento esportivo e político que celebrou a liberdade do ex-presidente e a união das forças progressistas em torno de um projeto para o restabelecimento da democracia no país em dezembro de 2019 (Foto: Reprodução/Poder360)


 

Encontro diplomáticos

Lula reservou o dia seguinte à posse de seu terceiro mandato presidencial, esta segunda-feira, para encontros diplomáticos com os líderes estrangeiros que vieram ao país para a cerimônia. Eles foram realizados no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, na capital do Brasil.

Entre as autoridades recebidas por Lula, estiveram os presidentes da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiné-Bissau e Portugal, além do rei da Espanha, Felipe VI, e do vice-presidente chinês, Wang Qishan.

Lula declarou ainda, após conversar com o vice-presidente da China, em uma rede social, que pode ampliar mais ainda a relação com a China, o principal parceiro de comércio do Brasil atualmente.

Foto destaque: Lula e Marcelo Rebelo, presidente de Portugal, em São Paulo, durante a pré-campanha eleitoral, em 3 de julho. Reprodução/Poder360.

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