Brasil: mais da metade dos domicílios estão abaixo da linha da pobreza

Marcela Sousa Por Marcela Sousa
2 min de leitura

 

A Consultoria Tendências após um estudo afirmou que mais da metade das residências brasileiras vivem abaixo da linha da pobreza. 

De acordo com ele, cerca de 50,7% das residências têm renda mensal de até R$2,9 mil fazendo parte das classes D e E. Em simultâneo, 33,3% recebem mensalmente entre R$2,9 mil e R$7,1 mil, classe C.  

Com rendimentos entre R$7,1 mil e R$22 mil, a classe B representa 13,2% das moradias. A classe A é ocupada por rendimentos acima de R$22 mil, equivalendo a 2,8%. 

Lucas Assis, da Consultoria Tendências, falou para a CNN que “a pesquisa contempla diferentes fontes de dados, com indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  e do Governo Federal, para descrever o cenário do Brasil”. 

“O país tem uma distribuição significativa do ponto de vista geográfico e social, e coloca foco sobre os grupos que apresentam maior vulnerabilidade econômica”, acrescentou ele. 


Desigualdade. Foto: Reprodução/Tuca Vieira/ BBC


Segundo a pesquisa, no grupo dos mais vulneráveis estão pessoas pretas ou pardas, mulheres, pessoas com baixo nível de escolaridade e também a região nordeste. 

A desigualdade já existia e era preocupante antes da pandemia, no entanto, ele disse que “com a chegada da pandemia, um cenário não positivo piorou ainda mais, os grupos de maior vulnerabilidade sofreram com a alta da inflação, deterioração do mercado de trabalho, e, hoje, o país conta com mais da metade dos domicílios abaixo da linha da pobreza”.

Na opinião de Lucas Assis, no Brasil, há um “grande número de pobres e pequeno  número de muitos ricos”, acrescentando ainda que não deve haver “uma mobilidade social significativa nos próximos anos”, por causa, principalmente, do alto índice de desemprego. 

“Temos muitos ocupados que trabalham menos horas do que gostariam e são subocupados. Nos próximos anos, não devemos apresentar taxa de desemprego abaixo de dois dígitos. É um cenário desafiador para superar a pobreza”, completou ele para a CNN.

Foto destaque: Reprodução/Yasuyoshi Chiba/AFP

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