Brasil registra recorde nos casos de feminicídio durante o primeiro semestre de 2022

Maria Luiza da Silva Por Maria Luiza da Silva
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Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados hoje, quarta-feira (07/12), 699 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil durante o primeiro semestre de 2022. Os números correspondem a uma média de cerca de quatro casos por dia e é o maior já registrado em um período de seis meses.

Se comparado com anos anteriores o aumento foi de 3,2% com relação a 2021, uma média de 677 mulheres vitimadas, e de 10,8% com relação a 2019. Os números dos crimes de estupro também subiram resultando em uma média de 12,5% em comparação com 2021, cerca de uma menina ou mulher estuprada a cada nove minutos, já o estupro de vulnerável teve um aumento de 74,7% nos casos registrados. Tudo isso apenas na primeira metade do ano.

Ao mapear os dados por região o maior crescimento foi na região Norte (75%), seguida pela região Centro-Oeste (29.9%), Sudeste (8,6%), Sul (1.7%) e Nordeste (1%). Já pensando nos estados, em 16 o feminicídio aumentou ou se manteve estável, sendo os com mais crimes deste tipo Rondônia, Tocantins e Amapá. 11 estados registraram queda, sendo as maiores em Roraima, no Distrito Federal e Alagoas.


Brasil bate recorde nos casos de feminicídio durante o primeiro semestre de 2022. (Foto: Reprodução/Brasil de Fato)


O recorde nos casos de feminicídio se dá em paralelo ao momento em que o país teve queda no valor público destinado às políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, sucateando a área. O Congresso liberou o valor de R$ 44.3 milhões, mas desses só foram gastos apenas R$ 32.2 milhões, o menor valor já registrado desde 2014, em relação a anos anteriores o repasse caiu aproximadamente 94%. 

Para a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, há um claro descaso do governo com as políticas públicas para o combate a violência contra a mulher e ela também destacou a necessidade de que o novo governo eleito priorize as mesmas, apresentando alternativas para recuperar o tempo perdido. Samira ainda afirmou que o grande desafio será restabelecer o entendimento da desigualdade de gênero e poder como elementos centrais para compreensão das violências sofridas por meninas e mulheres, cis, trans e travestis” e que esse deve ser um trabalho de diferentes ministérios e secretárias combinados.

Foto Destaque: Brasil registra maior número de feminicídios em paralelo com corte de verbas para políticas públicas que visam o enfrentamento a violência contra mulher. Reprodução/Brasil de Fato

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