Nesta quinta-feira (30), a Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta máximo devido ao iminente risco de colapso de uma mina pertencente à petroquímica Braskem, localizada na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital alagoana. A área já foi evacuada, e a orientação é que as pessoas evitem transitar nessa região enquanto medidas de controle e monitoramento são implementadas para diminuir a ameaça, aguardando uma nova atualização por parte do órgão.
Desde que a atividade de mineração para a extração de sal-gema pela Braskem foi identificada como a principal razão por trás das rachaduras que surgiram no solo e em imóveis de cinco bairros de Maceió, houve um esforço significativo para fechar e estabilizar 35 minas na área do Mutange e de Bebedouro. No entanto, os esforços foram interrompidos quando novos tremores foram detectados.
Fechamento de mina pela Braskem (Foto: reprodução/Braskem/G1).
Risco iminente
No dia (29) desta semana, a Defesa Civil emitiu um alerta referente ao “perigo iminente de colapso em uma das minas sob monitoramento“, as quais são cavernas resultantes de décadas de atividade de mineração na capital alagoana.
Conforme informado pelo Governo de Alagoas, cinco tremores sísmicos foram registrados na área apenas durante este mês de novembro. O colapso da mina poderia resultar na formação de extensas crateras na região e desencadear um efeito em cadeia atingindo outras minas.
A mina de sal com o risco iminente de colapso é identificada como a de número 18, localizada próxima à lagoa. No relatório de 2019 sobre a instabilidade do solo em Maceió, o Serviço Geológico do Brasil indicou que essa mina já apresentava sinais de desabamento e alertou para a potencial progressão rápida em direção ao colapso.
Alerta Defesa Civil
A Defesa Civil Municipal alertou que o colapso pode ocorrer a qualquer momento e expressou a dificuldade em mensurar as consequências do que está por vir, já que estão diante de uma situação sem precedentes: “Não temos certeza da magnitude, mas é evidente que afetará consideravelmente a cidade. Além disso, há outras preocupações. Se houver uma ruptura nessa área, vários serviços podem ser impactados, como o fornecimento de água para parte da cidade, bem como o abastecimento de energia e gás. Sem dúvida, toda a capital sentirá os tremores se ocorrer essa ruptura em sequência dessas cavernas”, declarou o coronel Moisés Melo, coordenador-geral da Defesa Civil do Estado.
A Braskem confirma que “essas ocorrências estão focalizadas em uma área específica, dentro das zonas de operação da empresa, nas proximidades da Av. Major Cícero de Góes Monteiro” e que “essa área, que já havia tido algumas atividades suspensas para preservar a coleta de informações, foi isolada preventivamente“.
De acordo com a empresa, “essa medida é preventiva e está sendo tomada enquanto aprofundarmos nossa compreensão sobre o ocorrido“.
As minas operadas pela empresa em Maceió são cavidades abertas para a extração de sal-gema. Desde 2019, essas minas estavam inativas, após a confirmação pelo Serviço Geológico Brasileiro de que a atividade foi responsável pelo afundamento do solo na região.
Foto Destaque: cratera em rua de Alagoas (Reprodução/Derek Gustavo/G1).