As exportações de carne bovina do Brasil para a China foram canceladas após ser confirmado um caso da doença da vaca louca em um animal de um rebanho em Marabá interior do Pará.
Tal cancelamento de exportações ocorreu devido a um protocolo de 2015, que foi assinado pelos dois países. O protocolo exige que haja um autoembargo nas exportações e vendas caso houver ocorrência da doença da vaca louca (encefalopatia espogiforme bovina) no Brasil.
O Ministério da Agricultura se pronunciou através de uma nota “Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23). No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira.”
Tudo indica que a doença seja atípica, segundo o ministro da agricultura, Carlos Favaro. Caso atípico da doença ocorre quando ela é desenvolvida durante o processo degenerativo do animal, comum em animais em uma faixa etária mais velha.
Foto de uma vaca como representação (foto: reprodução/pinterest)
Ainda de acordo com o ministro, quando é o caso, não há riscos para a população consumidora, já que a doença da vaca louca, quando em caso atípico, não é transmissível.
Em entrevista à CNN Brasil, ele disse que “A experiência dos nossos técnicos na avaliação, a rotina onde o animal era criado, sem consumo de rações devidamente tratadas, tudo isso permite dizer que a probabilidade é muito grande de que seja atípica”.
Ele ainda afirmou que os laboratórios brasileiros não tem capacidade laboratorial suficiente para identificar a tipologia da doença. Logo, foi necessário enviar uma contraprova para o Canadá, para haver a confirmação se realmente se trata de um caso atípico da doença.
“A suspensão que o Brasil tem protocolarmente que fazer das exportações à China é meramente formalidade[…] quero crer, e é uma convicção minha, que antes da visita do presidente Lula à China no final do mês de Março, que ainda está para ser confirmada, nós já tenhamos esse caso solucionado” finalizou Favaro.
O Brasil ficou um período sem relizar exportações para o solo chinês, em 2021, entre os meses de setembro e dezembro, devido a dois casos atípicos da doença da vaca louca que foram detectados em Nova Canaã do Norte, no Mato Grosso, e o outro em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Quando a situação se normaliza, o Ministério da Agricultura envia dados para a China, para que eles possam analizar a situação, mas o processo pode se prolongar por meses.
Foto destaque: Vaca de um rebanho de corte. Reprodução/ Pinterest