Catar admite morte de “entre 400 a 500” trabalhadores nos preparativos para Copa do Mundo

Luísa Giraldo Por Luísa Giraldo
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O chefe da organização da Copa do Mundo no governo do Catar, Hassan Al-Thawadi, de 44 anos, afirmou, nesta terça-feira (29), que “entre 400 e 500” pessoas morreram durante a construção dos estádios e a preparação do país para a Copa de 2022. Pela primeira vez, o governo catariano mencionou os números de mortos, uma incógnita que passou a ser levantada por algumas Organizações Não Governamentais (ONGs) há anos. Essas ONGs denunciaram ao mundo às condições degradantes dos trabalhadores imigrantes que construíram a infraestrutura do Mundial do Catar.

Este balanço foi feito por Al-Thawadi durante uma entrevista à rede de televisão britânica “Talk TV”. Na conversa, além de citar o número médio de mortes dos trabalhadores, o catariano admitiu, ao entrevistador inglês Piers Morgan que melhorias são necessárias no país. Os números revelados pelo Secretário Geral do Comitê da Copa do Mundo são superiores aos divulgados pelo país anteriormente – 40 mortes.

“A estimativa (de trabalhadores imigrantes que morreram durante a construção de infraestrutura para a Copa) é de entre 400 e 500. Não tenho o número exato, isso é algo que ainda está sendo discutido (…). Sim, melhoras têm que ser feitas”, disse ele.


Ativistas colocam cruzes em frente à sede da Fifa, na Suíça em protesto pelos direitos trabalhistas na construção de estádios para a Copa do Mundo do Catar (Foto: Reprodução/G1)


Apesar de ter apontado o número de óbitos, o entrevistado contou que o número total não corresponde apenas aos trabalhadores que construíram os estádios. Segundo Al-Thawadi, foram três vítimas fatais durante a jornada de trabalho e 37 fora dela. Assim, grande parte dos trabalhadores morreu durante a construção dos preparativos da infraestrutura geral, como estradas, obras de saneamento, pontes e, até mesmo, hotéis. A causa direta das mortes, no entanto, ainda não foi divulgada.

Cerca de três milhões de trabalhadores imigrantes vivem no Catar atualmente. A maior parte deles vem da Índia, do Nepal, de Bangladesh, de Sri Lanka e do Paquistão. Nenhum desses países não foi classificado para a Copa do Mundo de 2022.

 

Foto destaque: Hassan Al-Thawadi em uma entrevista, em março de 2022. Reprodução/Darko Bandic

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