Causa da morte de Sinéad O”Connor é revelada quase 6 meses após morte

Isabella Garcia Por Isabella Garcia
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A causa da morte da cantora irlandesa Sinéad O’Connor foi revelada nesta terça-feira (09). Ela foi encontrada já inconsciente no dia 26 de julho de 2023, aos 56 anos, em sua residência. De acordo com o Tribunal de Justiça de Southwark, localizado no sul de Londres, o médico legista responsável confirmou que a morte foi provocada por “causas naturais”.

Uma mulher irreverente

A morte da cantora, que ficou famosa em 1990 com um cover de “Nothing compares 2 U”, teve repercussão mundial e mobilizou homenagens de fãs ao redor do globo. Seu corpo foi transladado da Inglaterra para a Irlanda e foi enterrado em Bray, pequena cidade ao sul de Dublin, onde Sinéad viveu por 15 anos.

A artista também ficou famosa por seus posicionamentos políticos. Sinéad foi uma crítica ferrenha da Igreja Católica, a qual acusou de não proteger as crianças de abusos sexuais cometidos pelo clero. Sua repulsa ficou clara quando, em 1992, ela rasgou uma foto do então Papa João Paulo II em frente às câmeras de uma emissora estadunidense. Ela mesma foi abusada na infância, além de ter sofrido maus-tratos por parte da mãe.

Após ter passado por algumas experiências religiosas diferentes da católica, em 2018 ela se converteu ao Islã, alterando seu nome para Shuhada’ Davitt. Por sua irreverência e luta política, Sinéad O’Connor foi considerada ícone do movimento feminista na Irlanda, e o seu legado é constantemente lembrado.


Sinéad O'Connor após se converter ao Islã

Sinéad O’Connor se converte ao Islã e passa a se chamar Shuhada’ Davitt (Foto: Washington Post/ Variety)


Uma trilha de altos e baixos

A artista, nascida em 1966, iniciou sua carreira musical na década de 1980, cantando em bares e casas de show em Dublin. Em 1987, ela lançou um álbum dedicado à sua mãe, que havia falecido recentemente, “The lion and the cobra”. Contudo, a fama só veio em 1990, com o cover de “Nothing Compares 2 U”, música gravada originalmente por Prince, em 1985. A regravação foi lançada no álbum “I Do Not Want What I Haven’t Got”, que foi um dos discos mais vendidos em 1990, segundo a Billboard. Após a guinada ao sucesso, Sinéad participou do show que deu origem ao DVD “Roger Waters – The Wall Live in Berlin”, no mesmo ano de lançamento do álbum.

Ao longo de sua carreira, a cantora gravou 10 álbuns. Seu trajeto pessoal e profissional foi marcado por polêmicas e por momentos de estagnação, pois além de ser ativista dos direitos humanos e outras causas, Sinéad também sofria com transtornos mentais.

Em 2021, ela anunciou a sua aposentadoria. Já em 2022, teve que lidar com a morte de Shane, seu filho de 17 anos, que foi encontrado morto depois de fugir do hospital psiquiátrico em que estava internado.

Foto destaque: apresentação musical de Sinéad O’Connor em Amsterdã, 1988 (Reprodução/Paul Berger/Redferns)

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Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Adora política e gosta de ouvir lo-fi hiphop enquanto escreve as matérias para o inMagazine.
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