Cerca de 47 mil pessoas escaparam do Sudão em direção ao Egito

Kais Husein Por Kais Husein
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Desde meados de abril, quando os conflitos começaram no Sudão, a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estima que mais de 47.000 cidadãos sudaneses fugiram para o Egito através da fronteira entre os dois países. Esses números foram divulgados pela ACNUR como parte do seu relatório sobre a situação atual dos refugiados na região.


Cerca de 47 mil pessoas escaparam do Sudão em direção ao Egito

Exército sudanês cumprimenta soldados leais ao chefe do exército Abdel Fattah al-Burhan, na cidade de Port Sudan, no Mar Vermelho – Foto: AFP


Segundo um representante da ACNUR, o Egito é o país que mais recebeu refugiados sudaneses desde o início do conflito, tornando-se o principal destino para aqueles que buscam escapar da violência e instabilidade em sua terra natal.

A porta-voz da ACNUR, Christine Beshay, do Ministério de Assuntos Exteriores do Egito, relatou à agência que, até o dia 3 de maio, mais de 50.000 indivíduos haviam atravessado a fronteira do Egito, sendo que 47.000 deles eram sudaneses e os outros 3.500 eram de outras nacionalidades. Esses dados destacam a magnitude do fluxo de pessoas que estão buscando refúgio no Egito devido à situação instável no Sudão.

De acordo com a funcionária da ACNUR, várias agências da ONU estão mobilizadas para prestar assistência às pessoas que estão na fronteira entre o Sudão e o Egito, buscando escapar dos confrontos armados entre o exército sudanês e o grupo paramilitar conhecido como Forças de Apoio Rápido (FAR). Os dados oficiais relatam que, infelizmente, pelo menos 550 pessoas já perderam suas vidas nesses conflitos.

Christiane Beshay confirmou que a missão da ONU tem como objetivo colaborar com a coordenação da ACNUR, a fim de suprir as necessidades dos refugiados e ampliar o suporte às pessoas por meio da Meia Lua Vermelha do Egito. Dessa forma, a ONU pretende contribuir com o esforço conjunto para atender às necessidades humanitárias daqueles que buscam proteção e assistência no país vizinho.

Conforme dados fornecidos pela ONU, pelo menos 100.000 sudaneses já cruzaram a fronteira do seu país em busca de segurança e proteção, sendo que o Egito e o Chade foram os países que mais receberam esses refugiados até o momento. Esses números destacam a gravidade da situação no Sudão e a necessidade de apoio humanitário para aqueles que foram afetados pelos conflitos.

De acordo com a agenda da ONU para refugiados, estima-se que até 800.000 pessoas possam fugir do conflito no Sudão, o que resultou em uma grande crise humanitária no país africano. Esse número alarmante ressalta a urgência de apoio internacional para ajudar os refugiados e a população deslocada internamente a encontrar segurança e assistência necessárias para sobreviver nesse contexto crítico.

Na quarta-feira (3), o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reiterou o seu apelo às partes envolvidas no conflito do Sudão para que estabeleçam um corredor humanitário seguro no país. Essa medida é essencial para permitir que a ajuda humanitária possa chegar às pessoas que mais precisam, garantindo que os refugiados e deslocados internos tenham acesso a alimentos, água, abrigo e serviços médicos vitais. Guterres destacou a importância de todas as partes do conflito trabalharem juntas para garantir a segurança e proteção da população civil.

Apesar do início de uma trégua de sete dias nesta quinta-feira, os grupos em conflito no Sudão continuam a violar a pausa humanitária, assim como já fizeram em outras ocasiões. Essa violação prejudica gravemente os esforços para proteger a população civil e fornecer ajuda humanitária às pessoas afetadas pelo conflito.

 

foto destaque: Novos combates na capital sudanesa, Cartum, nesta quinta-feira (4) – Foto: Reprodução/AFP

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