China vai enviar tropas para exercícios militares na Rússia

Stefany Carvalho Por Stefany Carvalho
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A China anunciou no dia 17 de agosto, que seus militares vão participar de um exercício militar em conjunto com a Rússia denominado Vostok. No começo do mês de agosto, houve uma grande controvérsia envolvendo os Estados Unidos e China. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan, o que desagradou o governo chinês, que considera que Taiwan é parte de seu próprio território.

A participação da China nos exercícios “não tem relação com a atual situação internacional e regional”, disse o Ministério de Defesa do país. Os exercícios da China na Rússia fazem parte de um acordo de cooperação anual bilateral, segundo o Ministério da Defesa chinês, e já foram realizados outros anos.

“O objetivo é aprofundar a cooperação prática e amigável com os exércitos dos países participantes, aumentar o nível de colaboração estratégica entre as partes e fortalecer a capacidade de responder a várias ameaças à segurança”, disse a pasta em comunicado.


Imagem dos exercícios militares perto de Moscou, em agosto de 2022. (Foto: Maxim Shemetov/Instagram)


No dia 4 de agosto as forças armadas chinesas fizeram os maiores exercícios militares com munição real já realizados em torno de Taiwan, informou a televisão estatal chinesa CCTV. O governo de Taiwan confirmou os exercícios, e disse que Pequim lançou 11 mísseis balísticos perto da ilha. Taipei afirmou ainda que navios da marinha chinesa e aeronaves militares chegaram a cruzar, por alguns instantes, a linha mediana do Estreito de Taiwan, marcação que separa os dois países.

Os exercícios foram uma resposta da China à visita da deputada norte-americana Nancy Pelosi a Taiwan. A viagem, que durou menos de 24 horas, enfureceu Pequim, que considera a ilha parte de seu território. Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mostrado apoio, ainda que contido, à Rússia, grande aliado do país asiático na atual geopolítica mundial. Em junho, o presidente chinês, Xi Jinping, falou ao telefone com o líder russo, em uma clara mensagem de apoio aos ataques da Rússia em território ucraniano.

Pequim também rejeitou pedidos da comunidade internacional para condenar a invasão russa ao país vizinho. Os últimos exercícios de grande escala denominados Vostok ocorreram em 2018, e quase 300 mil soldados foram envolvidos; naquele ano, o exército chinês participou pela primeira vez.

A participação chinesa neste ano é uma indicação a respeito de como andam as relações bilaterais, já que Vladimir Putin tenta agradar o governo chinês — a Rússia foi sancionada por países do Ocidente e perdeu mercados; para compensar, precisou contar mais com a China.

Foto destaque: Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Chiina, Xi Jinping, em encontro bilateral em fevereiro de 2022, dias antes da invasão russa à Ucrânia. (Foto. Reprodução/Instagram)

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