Cientistas descobrem nova forma fulminante da doença Monkeypox

Malu Leal Por Malu Leal
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Foi publicado ontem (22) um estudo na revista científica “The Lancet” que descreve uma variação grave com alta mortalidade da doença varíola dos macacos em pessoas soropositivas. A equipe de pesquisas é composta por pesquisadores de diversos países diferentes e foi realizada pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, que faz parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os cientistas realizaram os estudos em 382 pacientes que viviam com HIV em um estágio avançado e foram infectados pelo monkeypox em 19 países diferentes – desses, 27 morreram em decorrência da doença. Foi identificada uma manifestação da infecção que recebeu o nome de “Mpox fulminante”, muito grave entre aqueles com baixa contagem de células de defesa.


O vírus da Varíolas dos Macacos observado microscopicamente. Foto/Reprodução: Getty Images.


“Nossa grande série de casos descreve uma forma grave e disseminada de infecção por  Mpox com 15% de mortalidade em indivíduos com doença avançada relacionada ao HIV caracterizada por contagens de células CD4 (células do sistema imunológico que são o principal alvo do HIV) abaixo de 200 células por mm3”, apontaram os responsáveis pelo estudo.

Para os cientistas do caso, as conclusões clínicas levam à conclusão de que as autoridades de saúde deveriam priorizar a vacinação das pessoas que vivem com o HIV contra a Mpox. Orial Mitja, do Hospital Universitário Germans Trias i Pujol na Espanha, comunicou oficialmente que esse esforço deve ser direcionado, principalmente, “a países de baixos níveis de diagnóstico ou sem acesso universal gratuito ao tratamento antirretroviral”.

Esses profissionais pediram ainda que a nova forma da doença seja acrescentada à lista de doenças características da síndrome de imunodeficiência adquirida (Aids). Tal documento inclui hoje aproximadamente 15 patologias que são consideradas perigosas aos pacientes com infecção avançada pelo HIV – que sem o tratamento adequado causa a Aids. 

Foto destaque: paciente coça feridas causadas por infecção pelo vírus da varíola dos macacos. Reprodução: Agência Brasil.

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