Conflito no Sudão: mar se torna rota de fuga para muitos que ainda estão no país

Henrique Cabral Por Henrique Cabral
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O conflito militar no Sudão se arrasta por 15 dias, segundo o ministério da saúde do país, o confronto ocasionou mais de 528 mortos. “O total acumulado de feridos é de 4.599 e foram registrados 528 mortos em todos os hospitais dos diferentes estados do Sudão”, detalhou a pasta do ministério. Esses números foram registrados desde do início do conflito até a última quinta-feira (27).

Sem uma perspectiva para o conflito no país, milhares de pessoas procuram alternativas para deixar o Sudão e o mar acaba se tornando uma opção aos cidadãos. A rota utilizada para a saída e a cidade de Port Sudan, onde fica a região portuária do Sudão, lá estas pessoas buscam um navio para evacuar o mais brevemente possível do país. Após realizar o embarque, o principal destino dessas pessoas é a cidade de Jeddah, na Arábia Saudita.


Refugiados chegam de navio a cidade de Jeddah, na Arábia Saudita (Reprodução/Reuters– CNN)


Um empresário sudanês-americano, chamado Adil Bashir, foi uma das pessoas que realizaram essa evacuação, e contou os horrores do conflito, este homem  possuía uma concessionária na cidade Cartum, capital do Sudão, e deixou o local após seu local de trabalho ser atacado e os veículos no local serem roubados.

Há muitos cadáveres na rua”, disse Adil Bashir à CNN.

A declaração deste cidadão é confirmada pelo sindicato dos médicos do Sudão: “O número de cadáveres espalhados pelas ruas está aumentando e isso está criando uma catástrofe ambiental”, disse o sindicato dos médicos do Sudão em um comunicado feito no último domingo.

Ele ainda conta que ao sair da cidade foi parado por homens das Forças de Apoio Rápido do Sudão (RSF).

“Acredito que eles queriam que fôssemos escudos humanos”, disse Bashir.

Segundo informações da Arábia Saudita  até o último domingo (30), foram evacuadas 5.197 pessoas. “Os ativos e as capacidades de militares e civis na Arábia estão envolvidos na retirada de civis do Sudão”, disse à CNN o porta-voz do Ministério da Defesa, general Turki Al-Maliki. “Enquanto for seguro, continuaremos fazendo nosso papel”, concluiu ele.

“A escala e a velocidade com que os eventos estão se desenrolando no Sudão são sem precedentes”, detalhou a ONU.

O conflito armado no Sudão persiste apesar do cessar-fogo de 72 horas anunciado por paramilitares envolvidos no conflito, a situação no país é praticamente insustentável, com número de mortos avançando cada vez mais.

 

Foto Destaque: Diante do conflito no Sudão, pessoas em buscam saída por via maritíma pela cidade de Port Sudan, região portuária do país (Reprodução/Reuters– CNN)

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