Conheça sobre as peculiaridade da rã flecha-azul

Léo Vieira Por Léo Vieira
4 min de leitura

A Floresta Amazônica da Guianas, tanto de Suriname quanto do Brasil, é um habitat natural para um anfíbio da espécie Dentrobates tinctorius “zureus”, mais conhecido como rã flecha azul. Este nome é devido a sua cor de origem, um azul metálico que também acaba por servir como uma estratégia de defesa. Decerto, e a flecha? De onde vem? Vem pelo simples fato de ser uma rã venenosa e seu veneno ser muito usado em flechas de indígenas, para a caça. 

Este acontecimento é explicado pelo biólogo Steven Alejandro Valencia Zuleta, experiente em biodversidade animal e conhecedor na área de herpetologia: “A espécie possui cores fortes e brilhantes como uma estratégia defensiva, conhecida como aposematismo, para alertar os prepdadores que são impalatáveis ou tóxicas e assim evitam de ser predadas”, explicou o biólogo. Ou seja, na pele brilhante está a substância tóxica que acaba por ser produzida a partir da sua dieta insertívora.

Porém, quando a rã é cuidada em cativeiro, a rã flecha-azul acaba contendo o seu nível de toxidade diminuído, pois a dieta passa a ser diferente do animais que vivem na natureza. Embora este animal é conhecido unicamente por cor azul, esta rã apresenta uma grande quantidade de variação de padrões de coloração. Diante disso, é possível encontrar essa espécie com o dorso escuro e manchas amareladas ou contendo listras amarelas dosolaterais, que acaba por se confundir no safro.


Rã flecha-azul descançando em uma folha úmida (Foto: Reprodução/Guia Animal)


A reprodução normalmente acontece durante o período de chuvas, porém, são os machos que atraem as fêmeas que, consequentemente, correspondem ao chamado. Decerto, essa temporada de reproduções acaba por resultar em uma competição agressiva até que haja uma vencedora, ou seja, a fêmea vencedora é responsável por iniciar o ritual de namoro. Com isso, uma rã flecha-azul pode colocar de dois a seis ovos, sendo mantidos úmidos até eclodirem cerca de 14 a 18 dias depois. Por fim, os girinos são levados para um pequeno reservatório de água para se desenvolver. Neste local se amadurecem e se tornam adultos cerca de 10 semanas depois.

Embora a rã seja venenosa, ela não produz seu próprio veneno. Mas, uma pequena dose de veneno da espécie basta para matar aproximadamente 1500 pessoas, mas como dito a potente batracotoxina localizada na pele do animal não é sintetizada pelo próprio organismo. Este episódio ocorre, principalmente, devido a alimentação por formigas venenosas, além de insestos responsáveis pela neurotoxina.

A rã flecha-azul é um animal de dieta insetívora, ou seja, se alimenta de insetos. No cardápio deste anfíbio, está incluídos pernilongos, cupins, moscas formigas e besouros. Porém, eles também comem aracnídeos, como ácaros e aranhas, além de outros bichos como vermes e lagartas. Já as rãs de cativeiros se alimentam de grilos e moscas-das-frutas.

Foto Destaque: Rã flecha-azul e suas peculiaridades. Reprodução/Divulgação

 

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