Nesta quarta-feira (14), o Conselho de Ética optou pelo adiamento da análise de uma representação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL – RJ), apresentada pelos partidos PSOL, PT e Rede. Os partidos denunciam um suposto envolvimento do filho do ex-presidente com milícias do Rio de Janeiro.
A análise era o segundo item da pauta de hoje, que incluía também outras 12 representações. O presidente do conselho, Jayme Campos (União Brasil – MT), ao ler a representação contra Flávio Bolsonaro, informou que retiraria o item da pauta pois estava aguardando um parecer da advocacia do Senado sobre a pauta.
Segundo o presidente do Conselho de Ética, abrir processos para apurar condutas de senadores não leva em conta o mérito, ou seja, o conteúdo da acusação. É avaliado somente se a representação atende aos requisitos do regime para que possa prosseguir.
O senador Flávio Bolsonaro não estava presente na sessão do Conselho de Ética e, até o momento, não apresentou uma defesa formal ao Senado, já que ainda não se o conselho irá ou não abrir o procedimento. Apesar disto, o senador sempre negou as acusações.
Flávio Bolsonaro e Adriano da Nóbrega. Reprodução: BBC
Na última quinta-feira (15), o Conselho de Ética protocolou o arquivamento de seis pedidos de abertura de processos contra senadores. O colegiado chegou a abrir cinco procedimentos disciplinares contra parlamentares.
“São inúmeras as comprovações que denotam as íntimas relações do parlamentar com figuras centrais da milícia carioca, como é o caso da relação não escondida com o Capitão Nóbrega, morto no serão da Bahia, na cidade de Esplanada”, argumentou a legenda da representação contra o senador Flávio Bolsonaro.
Citado na representação apresentado pelo PSOL, Adriano da Nóbrega era um miliciano que faleceu no começo de 2020 após entrar em confronto com a polícia na Bahia. A mulher e a mãe de Adriano trabalharam como assessoras de Flávio Bolsonaro.
Foto destaque: Flávio Bolsonaro em 2021. Reprodução: (GÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO)