Na manhã desta terça-feira, noite de segunda-feira no Brasil, a Coreia do Norte lançou um míssil balístico no Mar do Leste, em menos de uma semana após o governo norte-coreano testar o que disse ser um míssil hipersônico. Estes lançamentos consecutivos acirram as tensões em torno do programa nuclear de Pyongyang a menos de dois meses da eleição para presidente na Coreia do Sul.
Segundo os sul-coreanos, o míssil viajou por cerca de 700 km, e chegou a uma altitude de 60 km antes de cair no mar que fica entre o Japão e a Coreia do Norte. Também atingiu o que equivale a dez vezes a velocidade do som, considerado o ”mais avançado” que os projéteis já testados.
“Nossas forças armadas detectaram um possível míssil balístico disparado pela Coreia do Norte em terra em direção ao Mar do Leste”, é o que diz um comunicado do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
TV sul-coreana, em Seul, exibe o lançamento do suposto míssil balístico da Coreia do Norte, no dia 5 de janeiro de 2022. (Foto: Reprodução/CNN Brasil/Chung Sung-Jun/Getty Images)
A guarda costeira do Japão também relatou o lançamento e indicou ser um ”objeto semelhante a um míssil” e que tinha caído fora da zona econômica exclusiva do Japão, segundo a agência de notícias de Kyodo, que citou fontes do governo em Tóquio.
”É extremamente lamentável que a Coreia do Norte continue lançando mísseis”, foi o que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse a repórteres, e observando que as Nações Unidas acabaram de discutir sobre como responder ao lançamento da semana passada daquilo que a Coreia do Norte afirmou ser um ”míssil hipersônico”.
Ministério da Defesa do Japão divulga mapa que mostra a trajetória de voo do míssil. (Foto: Reprodução/CNN Brasil/Ministério de Defesa do Japão)
Expansão bélica da Coreia do Norte
Esse lançamento do míssil aconteceu após seis países, que incluía os EUA e o Japão, apelarem à Coreia do Norte que suspendessem as ”ações desestabilizadoras” antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU onde iriam discutir sobre o teste do míssil que Pyongyang nomeou de ”hipersônico”.
Países como o Reino Unido, França, Albânia e Irlanda aderiram ao apelo, pedindo ao Pyongyang ”que se engaje em um diálogo que leve ao nosso objetivo comum de desnuclearização completa”.
”O lançamento tem motivações políticas e militares”, afirmou Shin Beom-chul, pesquisador do Instituto de Pesquisa da Coreia para Estratégia Nacional. ”A Coreia do Norte continua realizando testes para diversificar seu arsenal nuclear.”
Quando Kim Jong-un chegou ao poder, dez anos atrás, a Coreia do Norte cresceu e avançou rapidamente em sua tecnologia militar, e logo recebeu, depois, sanções internacionalmente. Mesmo com as sérias dificuldades na economia sofridas durante a pandemia de coronavírus, o norte-coreano insiste em fortalecer o poder de guerra de seu país.
Ano passado, a Coreia do Norte afirmou haver testado, com sucesso, seu novo tipo de míssil balístico lançado por submarino, uma ogiva hipersônica e uma arma lançada por trem.
Durante uma reunião do partido governista norte-coreano, em dezembro, Kim prometeu que continuará fortalecendo o aparato bélico do país.
Foto destaque: Reprodução/EPA/Ansa – Brasil