Coreia do Norte rompe acordo de não-agressão com Coreia do Sul

Malu Corecha Por Malu Corecha
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Após o lançamento de um satélite espião por Pyongyang, na última terça-feira (21), a República Popular Democrática da Coreia, popularmente chamada de Coreia do Norte, afirmou que não faz mais parte do acordo com a República da Coreia, comumente Coreia do Sul, firmado em 2018 para evitar tensões militares na península coreana. O comunicado foi divulgado nesta quinta-feira (23). O lançamento foi condenado pelos Estados Unidos e aliados da Coreia do Sul.


Fronteira entre as Coreias

Fronteira política entre as duas Coreias (foto: reprodução/AFP)


Ação norte-coreana

O Ministério da Defesa anunciou, pelo canal de televisão estatal KCNA, que se retirariam totalmente do pacto que existia “para evitar tensões e incidentes militares em todas as áreas, como terrestre, marítima e aérea”, além de remilitarizar toda a fronteira entre os países. O comunicado ainda informa que a Coreia do Norte nunca mais se vinculará a tal acordo.

A decisão foi tomada após o lançamento do satélite Mallingyong-1, em cerimônia oficial com a presença do líder norte-coreano, Kim Jong Un, que foi condenado pelas nações ocidentais por violar as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU). O lançamento foi a terceira vez em que a nação tentou colocar um satélite desse porte em órbita, mas é a primeira vez em que a operação é bem sucedida.

Segundo o governo, já há imagens coletadas pelo satélite sendo analisadas pela inteligência. Dentre as imagens coletadas, há registros da base estadunidense em Guam.


Desfile militar na Coreia do Sul

Desfile militar realizado em setembro pela Coreia do Sul (foto: reprodução/Chung Sung-Jun/Getty Images)


Motivações

Segundo Pyongyang, o ato foi uma resposta à demonstração de poderio sul coreano em desfile militar, e que faz parte do “direito de defesa” da nação. Além disso, o governo sul coreano foi chamado de histérico e disse que a resposta de Seul foi exagerada. Segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Norte “[A Coreia do Sul] deve pagar caro pelas suas provocações militares e políticas sérias e irresponsáveis ​​que levaram a situação actual a uma fase incontrolável”.

Ademais, há a possibilidade que o lançamento faça parte de uma nova corrida “espacial” por informações do inimigo, uma vez que o governo de Seul planeja pôr um satélite em órbita com apoio da empresa SpaceX, cujo dono é o empresário Elon Musk.

Foto destaque: Kim Jong Un assiste lançamento de satélite (Reprodução/KCNA)

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