Corpos do avião em que estava o líder do grupo Wagner são encontrados

Victor Kallut Por Victor Kallut
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Nesta sexta-feira (25), a equipe russa que investiga a queda do avião no qual viajava Yevgueni Prigozhin, chefe da milícia Wagner, informou que os corpos das dez pessoas que estavam a bordo foram encontrados, além das caixas-pretas da aeronave.

Através das redes sociais, o Comitê de Investigação divulgou que as buscas tiveram sucesso logo na fase inicial da investigação, que encontrou as vítimas a noroeste de Moscou: “Estamos fazendo análises moleculares de DNA para identificar os corpos”, disse.

Suspeita de envolvimento do governo russo no acidente

Estados do ocidente e opositores de Vladimir Putin dentro da Rússia insinuam que o governo está por trás do acidente. A hipótese também é apoiada por membros do grupo Wagner e simpatizantes de Prigozhin. Rapidamente, o Kremlin negou as acusações e as descreveu como “mentira absoluta”.

O presidente russo prometeu, ainda na quinta-feira, que abriria investigações para determinar o motivo da queda do avião. Entretanto, até o momento não foi levantada nenhuma hipótese sobre o que causou o acidente.

Joe Biden, presidente norte-americano, disse nesta sexta-feira (25) que os Estados Unidos tentam apurar com precisão de que maneira a aeronave caiu. Em resposta, a Rússia criticou Biden por dizer que ele não estava surpreso com a morte de Prigozhin.

Ao ser perguntado por repórteres, o presidente dos Estados Unidos afirmou não poder falar com certeza sobre o assunto: “Estamos tentando apurar com precisão, mas eu não tenho nada a dizer”, respondeu.



Yevgeny Prigozhin, líder do grupo de mercenários Wagner (Foto: reprodução/Getty Images/Reuters)


Prigozhin e Putin: de amigos a inimigos

Yevgueni Prigozhin era o fundador e líder do grupo Wagner, uma milícia paramilitar russa que ganhou destaque recentemente graças às revoltas organizadas em junho deste ano. Porém, nem sempre as relações entre o chefe do grupo e o presidente russo foram de inimizade.

Ambos se conheceram na década de 1980, quando Prigozhin ficou rico ao fechar contratos de refeições com o Kremlin, fazendo-o ficar com o apelido de “Chef de Putin”. Mas, em 2014, com movimentos separatistas apoiados pela Rússia no leste ucraniano, ele se tornou de vez um mercenário.

Na guerra contra a Ucrânia, o grupo Wagner representou um grande aliado das forças russas, contribuindo com cerca de 50 mil homens. Entretanto, as discordâncias entre Prigozhin e o alto escalão do exército motivaram uma revolta que sucumbiu em junho, com uma tentativa dos paramilitares de marcharem até Moscou. O plano não deu certo e Yevgueni foi obrigado a fugir para o país vizinho, Belarus.

Foto destaque: Homem filma resquícios de jato ligado ao chefe mercenário Yevgeny Prigozhin. Reprodução/Marina Lystseva/REUTERS.

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