Covid-19: Intervalo da dose de reforço será reduzido para cinco meses

Por Leo Costa
4 min de leitura

Cairá para cinco meses o intervalo da dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Antes com o intervalo de seis meses, a nova recomendação valerá para imunossuprimidos – pessoas com baixa imunidade, ou seja, com câncer, HIV ou transplantadas – e profissionais da saúde. O anúncio será feito pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira e foi antecipado ao GLOBO por um integrante da pasta. 

 

Julio Croda, professor de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diz que a redução do intervalo para idosos é um caminho para reforçar a proteção desse grupo, que é mais vulnerável, e que têm menor resposta imune à vacina, devido à imunossenescência programada: 

 

Tanto AstraZeneca como Pfizer, mas, principalmente, Coronavac, parece que têm diminuição da proteção a partir de 120 dias afirma o infectologista, e pondera: Para a população geral, apesar da perda de proteção para doença sintomática, a vacina continua protegendo contra hospitalização e óbito. Não sabemos por quanto tempo (a proteção durará) nessa população. 

 

Em Minas Gerais, Natal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o encurtamento do intervalo já entrou em vigor por decisão das respectivas secretarias de Saúde. No Espírito Santo, o intervalo já está para quatro meses e, em Guarujá (SP), para dois. Estados e Municípios têm autonomia para planejar e definir seus próprios cronogramas de vacinação. 

 

PREVISÃO DAS DOSES 

 

A disponibilidade das doses está entre os pontos a serem considerados pela pasta. Dados da projeção indicam a entrega de 86,2 milhões de doses em novembro – 21,7 milhões da AstraZeneca, 56,7 milhões da Pfizer e 7,7 milhões da Janssen. 

Segundo o ministério, o Brasil ainda deve receber 111,2 milhões em dezembro, sendo 41,3 milhões da AstraZeneca (incluindo 5,1 milhões pela Covax Facility), 17,9 milhões da Pfizer e 28,4 milhões da Janssen. Também, há previsão de receber mais 23,5 milhões de vacinas do consórcio global liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no próximo mês, mas o laboratório não foi divulgado ainda. 

 

Até fim do ano os números podem mudar, já que parte do quantitativo depende da confirmação dos laboratórios sobre a disponibilidade de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para produzir os imunizantes. 

 

A pasta decidiu usar 354 milhões de doses para o novo ciclo de vacinação, em 2022. O planejamento já inclui uma dose de reforço para pessoas de 18 a 60 anos e duas doses, sendo uma em cada semestre, para idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos, e também inclui eventuais ampliações do público-alvo (menores de 12 anos, por exemplo), caso houver aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O critério, conforme o anúncio feito em outubro, será de acordo com a idade, em ordem decrescente, sem grupos prioritários. 

 

Foto destaque: Redução do intervalo da dose de reforço para cinco meses. Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo

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