Depois da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, a CPI do MEC atingiu o mínimo de 27 assinaturas necessárias para sua instalação no Senado. Agora cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), determinar a abertura da investigação, mas ele vem manifestando resistência à CPI.
Na última quarta-feira (22), Rodrigo disse que como a eleição está próxima, isso pode prejudicar a instalação da CPI, já que “é uma investigação isenta, que tem um tempo necessário, a própria composição dela, com todos os senadores dedicados na comissão parlamentar de inquérito”, disse.
Rodrigo Pachecco, disse que momento eleitoral seria inoportuno, mas oposição defende a investigação. (Reprodução/Mais Goiás)
Os senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) se empenharam na coleta de assinaturas desde a quarta-feira (22), nesta quinta-feira (23), conseguiram o mínimo de um terço do Senado. O último senador a assinar a lista foi Giordano Bruno (SP).
O escândalo do MEC resultou na queda do então ministro Milton Ribeiro. Denúncias apontaram para a existência de um balcão de negócios para a distribuição de recursos para a educação, esquema que seria operado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos presos na operação desta quarta-feira.
A crise ganhou novas proporções com a divulgação de um áudio pelo jornal Folha de São Paulo, no qual o então ministro afirma que prioriza amigos e indicações do pastor Gilmar Santos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Ele ainda indica haver uma contrapartida supostamente direcionada à construção de igrejas.
Em depoimento ao Senado, prefeitos confirmaram que os pastores atuavam como intermediários e exigiam pedidos de propina.
Durante o dia, os senadores se manifestaram nas redes sociais sobre as prisões. Os parlamentares pediram apuração sobre o caso e a abertura da CPI do MEC.
O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que o mandado de prisão preventiva pela Polícia Federal contra o ex-ministro da Educação e os pastores evidencia as suspeitas de uso criminoso dos recursos públicos do FNDE, como vem apurando a Comissão de Educação do Senado
Foto destaque: Os senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) se empenharam na coleta de assinaturas. Reprodução/Notícias ao Minuto Brasil