Cresce o número de pessoas em classificação de extrema pobreza no Brasil

Natália Maria Por Natália Maria
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A pobreza no Brasil sempre foi um agravante, deixando muitas famílias a mercê das dificuldades. Nos últimos anos devido a pandemia, inflação e outros fatores, o impacto na renda dos brasileiros foi altamente significativo. Segundo levantamento realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), só em 2021, um ano após inicio da pandemia, o número de pessoas pobres no Brasil foi registrado em 27 milhões.

Já nesse ano de 2022, a situação de pobreza conseguiu atingir níveis maiores. De acordo com os dados do CadÚnico, em janeiro de 2022 o aumento foi de 30,82 % em relação ao mesmo mês do ano passado. Ainda segundo informações do Cadastramento Único, são no total 619.869 famílias que vivem atualmente em situação de extrema pobreza.


Família em situação de pobreza. (Foto: Reprodução/Veja)


No Brasil, infelizmente a ajuda do governo não alcança todos os extremos. Além de poucos programas sociais, os que temos não tem capacidade suficiente para amparar a população nessas condições. Um dos reflexos disso são por exemplo as pessoas em situação de rua. Basta sairmos nos centros das cidades, como a de São Paulo, para presenciar a realidade da desigualdade.

Em uma pesquisa divulgado pelo Censo de População em Situação de Rua, realizada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), mostra-se que o aumento de pessoas vivendo nas ruas da capital paulista no final de 2021, foi de 31% no período de dois anos.


Pessoa em situação de rua no centro da capital paulista (Foto: Reprodução/Instagram)


O Cadastro Único define como extrema pobreza as famílias que possuem renda per capita mensal de até R$ 105. As famílias que possuem renda mensal  por pessoa de até meio salário mínimo e se inscrevem no sistema, podem ingressar nos programas sociais para receber algum beneficio. Entre os programas disponíveis que o governo oferece, estão o Auxílio Brasil, Bolsa Família e o Auxílio Social de Energia Elétrica.

O levantamento realizado pelo CadÚnico mostram números dos cidadãos classificados em condição de extrema pobreza, porém, ainda não se trata do número real de pessoas, já que são contabilizadas apenas as que possuem o cadastro no sistema do governo. Segundo o diretor da FGV, Marcelo Nery, em entrevista para o G1, os números nos municípios podem ser maior ainda.  “O cadastro é um medidor de quem está sendo enxergado pela política, quem está sendo servido ou não”. Para Nery, com o baixo investimento em assistência social não é possível realizar a averiguação de todos que se encontram na situação. Desta forma, o que temos como parâmetro são as pessoas inscritas no Cadúnico.

Para ser enquadrado no critério de pobreza, o cidadão além de passar por necessidades básicas, deve se cadastrar presencialmente no Cadastramento Único e realizar atualizações para ter acesso aos programas sociais. Embora os números fornecidos por esse meio sejam divergente da realidade, ainda é a ferramenta mais próxima do atual e a referência que temos do que o poder público vislumbra.

Foto Destaque: pessoas em situação de rua. Reprodução/UOL

 

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