Crise alimentar se torna dilema no Talibã

Ana Ribeiro Por Ana Ribeiro
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     De acordo com o comitê internacional de resgate 43% da população afegã sobrevive com menos de uma refeição por dia, os preços dos alimentos mais do que dobraram no último ano. As nações unidas relatam que que quase metade do pais sofre de fome aguda e 90% dos afegãos relatam que a comida é a principal necessidade da população

“Às vezes jantamos, às vezes não”, diz Rahmati. “A situação está ruim há três anos, mas este último ano foi o pior. Meu marido tentou ir ao Irã para trabalhar, mas foi deportado”.

     As mulheres enfrentam uma longa caminhada se deslocando de suas casas em um bairro pobre das colinas até uma padaria de Cabul, onde essas pessoas se reúnem no final da tarde com o intuito de esperar por clientes dispostos a proporcionar um pouco de pão. Isso acontece pela necessidade de obterem alimento para alimentar os filhos

     Essa fome incontrolável é uma das muitas características do retorno ao regime do Talibã, fazendo com que a população fique isolada e cada vez mais pobre. Ao deixar o pais os Estados Unidos estabeleceram sanções que congelaram os fundos do banco central e aboliram a ajuda externa que complementava em 80% o orçamento do ano no Afeganistão.

“O fato é que os Estados Unidos estão tentando encontrar justificativas morais para a punição coletiva do povo do Afeganistão, congelando os bens e aplicando sanções ao Afeganistão como um todo”, relatou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Abdul Qahar Balkhi, à CNN no sábado (13).

“Não temos confiança de que essa instituição tenha as salvaguardas e o monitoramento para administrar os ativos de forma responsável e inclusiva. Desnecessário dizer que o abrigo talibã do líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, reforça as profundas preocupações que temos há muito tempo em relação ao desvio de fundos a grupos terroristas”.

     De acordo com os fornecedores das barracas de cabul as feiras estão cheias de produtos, mas o que falta é dinheiro para os fregueses comprarem.

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