Delação de Mauro Cid deve incluir general Heleno e Braga Netto

Alexandre de Lima Olmos Por Alexandre de Lima Olmos
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O tenente-coronel Mauro Cid deverá incluir alguns nomes importantes durante a sua deleção para a Polícia Federal (PF). O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) prestará depoimentos sobre a participação de militares ligados ao governo Bolsonaro em propostas de golpes de estado, após a derrota de Jair nas eleições de 2022.

Conforme foi apurado pelo blog de Andréia Sadi, no G1, os depoimentos de Cid devem abranger episódios e reuniões envolvendo o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-ministro da Defesa.

Assuntos dos relatos

A intenção é descobrir se houve envolvimento dos generais Augusto e Braga Netto, além de outros militares da administração Bolsonaro, nas manifestações golpistas que ocorreram logo após o fim das eleições de 2022. Os relatos de Cid para a PF devem esclarecer se o assunto foi debatido em algum momento com Netto, que também foi candidato a vice-presidência do país ao lado de Bolsonaro.

Segundo a PF, existiram duas possibilidades. Um golpe civil, que seria comandado por Anderson Torres, e um golpe militar, mas ambos sob comando de Bolsonaro. Segundo a entidade, nenhum dos dois golpes aconteceria a aprovação e presença do ex-presidente.

Cid deve especificar quem são os militares, ex-ministros e funcionários do governo Bolsonaro envolvidos nas tentativas de golpes de estado durante o final do ano passado. Apesar disso, Cid não deve denunciar militares da ativa. O ex-ajudante de ordens também contará sobre o seu envolvimento no caso das joias sauditas.

Por fim, segundo o blog do G1, uma autoridade que foi mantida anônima mencionou que os relatos são “amplos, diversificados e ruins para Bolsonaro”.


Mauro Cid ao lado de BolsonaroMauro Cid em reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Isac Nóbrega/PR)


Depoimentos anteriores

Mauro Cid já havia prestado depoimentos, que foram gravados, antes do acordo de delação. Na ocasião, o tenente-coronel comentou sobre o caso das joias recebidas por Jair Bolsonaro em viagens ao exterior. Segundo a PF, os itens de luxo foram vendidos de forma ilegal pelo ex-presidente.

Cid teria sido abandonado pelo exército, após as suas revelações na CPI, e por Bolsonaro, que alegou que o ex-ajudante tinha autonomia nessa situação. Na visão do exercito, o militar afastado deve resolver a situação enquanto tenta limpar a imagem da corporação, algo que acontecerá caso ele assuma os seus atos como individuais.

O tenente-coronel também participou da CPMI dos Atos Golpistas, realizada em 11 de julho.

 

Foto Destaque: Mauro Cid prestando depoimento na CPMI de 8 de janeiro. Reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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