Distimia: A depressão camuflada pela personalidade

Yngrid Horrana Por Yngrid Horrana
4 min de leitura

Por vezes, acredita-se que a negatividade e a introversão de uma pessoa estejam associados à sua personalidade. No entanto, estudos apontam a “distimia” como um fator plausível para a explicação de traços de depressão que permanecem de modo contínuo na vida de algumas pessoas.

Distimia

Baixa autoestima, desânimo, pensamentos negativos, irritabilidade e mau humor são as principais características da doença. A distimia está presente em 6% da população global, atesta a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença se configura em uma depressão contínua e de difícil diagnóstico, sendo manifestada quase sempre na adolescência.

Geralmente, as pessoas que vivem com a distimia identificam os sintomas da doença apenas como questões comuns que vêm com o amadurecimento. Perder o interesse em coisas que antes causavam entusiasmo e manifestar problemas relacionados ao sono são características recorrentes nos indivíduos portadores desse tipo de depressão.

Embora ela seja apresentada por sintomas “leves”, o fato de a doença perpetuar na vida de uma pessoa pode causar danos irreversíveis, apontam especialistas. Gradativamente, a distimia afeta a qualidade de vida de um indivíduo antes mesmo que ela seja diagnosticada. Quando manifestada, ela passa despercebida, sendo camuflada por traços da personalidade.

Diagnóstico

De acordo com o médico e cientista Drauzio Varella, a busca por um especialista é a melhor forma de obter o diagnóstico e de encontrar recursos que amenizem os sintomas da doença. O especialista diz que a gravidade da distimia pode estar acompanhada de suicídio e atentados contra a vida após um severo período da depressão. 

Ele explica que a doença é acompanhada de picos e declínios. Além dos episódios de euforia, o paciente também pode apresentar graves períodos de depressão. Após esse estágio, é de suma importância que a pessoa diagnosticada receba acompanhamento clínico, pois em 20% da população mundial o intervalo entre o pico da depressão e o retorno à distimia é marcado pelo suicídio. 

Amparo e acessibilidade

A fim de acolher as pessoas que carecem de doenças e transtornos mentais, organizações não governamentais (ONGs) e entidades acopladas ao SUS garantem assistência para toda a população brasileira, sobretudo à população de baixa renda.


Centro de Valorização da Vida – CVV. (Foto. Reprodução/CVV)


Em episódios de crises, é urgente o atendimento em instituições que contribuam com a amenização desses sintomas. Além das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), prontos-socorros e organizações como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atendem pelo número 188, também atuam no combate às crises sob urgência.

No caso da distimia e outras doenças psíquicas de longa duração, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um excelente meio para o tratamento gratuito da condição. O Centro oferece acompanhamento psicológico, psiquiátrico e, quando há requerimento, também disponibiliza medicamentos, não havendo a necessidade de investir determinado custo.

 

Foto Destaque: Representação da DIstimia. Foto. Reprodução/ Art Station.

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