Dono de um dos ônibus que participaram do golpe tem conexão com Carla Zambelli e é filiado ao Republicanos

Juliana Gomes Por Juliana Gomes
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O dono de um dos ônibus que levou os golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos atos do dia 8 de fevereiro, em Brasília, é o empresário bolsonarista, Maurício Nogueira, ligado à deputada federal Carla Zambelli (PL). 

O empresário recebeu R$45.335 do fundo partidário dos Republicanos para concorrer à vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que não ganhou por ter cerca de cinco mil votos. Na campanha, Maurício Nogueira publicou nas redes sociais imagens de eventos com a participação de Zambelli e de santinhos ao lado dela. Há também fotos com Bolsonaro e o senador eleito em São Paulo e ex-ministro astronauta Marcos Pontes.

Maurício não detalhou na declaração de bens ao TSE em 2022 os gastos da própria campanha com os recursos do fundo partidário. Ele também omitiu ser dono da Nogueira Turismo, proprietária de um dos veículos alvos da ação de busca e apreensão permitida pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).


Ônibus da Nogueira Turismo. Reprodução/Paulopes.


Carla Zambelli está sendo investigada no STF por apoiar atos antidemocráticos. A deputada já ameaçou um homem negro com uma pistola na rua após discutirem sobre política. A arma foi entregue às autoridades depois do episódio, mas, no dia 3 de janeiro, a Policia Federal (PF) , por pedido da Procuradoria Geral (PG) e autorizada por Gilmar Mendes do STF, encontrou mais três armas de fogo com ela.

Nogueira também é fundador do grupo de Conservadores da Alta Mogiana, de acordo com a agência de jornalismo investigativo, Agência Pública. Além disso, ele foi um dos organizadores de um evento com Eduardo Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a médica Nise Yamaguchi, o secretário Capitão Derrite de Segurança Pública de São Paulo, o deputado federal Gustavo Gayer e outras figuras do bolsonarismo. 

Alexandre de Moraes determinou a apreensão e bloqueio de todos os ônibus identificados  pela PF como os que “trouxeram os terroristas para o Distrito Federal”. A decisão diz para os proprietários serem identificados e ouvidos em 48 horas, “apresentando a relação e identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte”.

Outro dono de um dos veículos é o empresário Izaul Moraes de Souza, que tem contratos de mais de 43 mil reais com o governo Bolsonaro. Ele recebeu, segundo o Portal da Transparência, oito parcelas do Aucílio Emergencial, o que são R$3,9 mil, e dez parcelas do Auxílio Brasil, totalizando R$1.900. Izaul também faz postagens nas redes sociais com ataques ao STF e se dizendo bolsonarista. 

O vereador do município de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Adriano Bressan (PTB) é também dono de uma das empresas de transporte que ajudaram a levar os manifestantes ao ato. Ele nega a participação e o apoio aos atos e confirma a informação de ter prestado serviços, mas diz não conhecer as pessoas que o contrataram. O vereador foi cabo eleitoral de Bolsonaro durante a campanha presidencial. 

 

Foto destaque: Carla Zambelli com Maurício Nogueira em foto postada em Facebook. Reprodução/Facebook.

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