Elefantes perdem mais de 64% de seu habitat na Ásia

Ágatha Pereira Por Ágatha Pereira
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Em um estudo publicado na revista Scientific Reports, desde 1700, os elefantes asiáticos já perderam mais de 64% de seu habitat adequado em toda a Ásia, número equivalente a aproximadamente 3,3 milhões de metros quadrados.

A pesquisa acompanhou as mudanças nos ecossistemas dos elefantes entre os anos 850 e 2015, em 13 países asiáticos. Em 1700, 100% da área de 100km era considerada um habitat adequado para os elefantes, mas, em 2015, somente 48,6% da área foi considerada adequada.

Os estudos mostram que as maiores perdas foram na China, com cerca de 94% do habitat perdido, e na Índia, com cerca de 86%. Já Sumatra, Tailândia, Vietnã e Bangladesh, perderam mais da metade do seu habitat adequado.

Para serem considerados adequados, os habitats deveriam cumprir alguns requisitos mínimos: deveriam exceder um limite modelado de acordo com critérios ecológicos, que incluem a porcentagem de florestas primárias, padrões de cultivo, taxas de urbanização, extração de madeira, entre outros.


Elefanta órfã Wendi pelas lentes do fotógrafo Michael Nichols. (Reprodução/National Geographics Brasil)


Os estudos também demonstram que o declínio é coincidente com o aumento das atividades agrícolas e com o uso da terra no período colonial. O impacto das atividades humanas causaram a redução de diversas espécies de mamíferos terrestres, mas a mudança climática também contribuiu para o declínio ao longo do último século.

Os elefantes estiveram à beira da extinção na década de 1980 na China, quando só haviam 150 elefantes. Mas com a proibição da caça e criação de reservas, os elefantes conseguiram se recuperar, e hoje existem em média 300 deles. Mas com a diminuição e fragmentação do habitat, a disputa por alimento pode ser a principal causa da migração de alguns elefantes, o que causa uma convivência conturbada com os habitantes de vilarejos. Cada elefante pode comer em média 200 quilos de comida por dia, o que os leva a roubar de plantações, danificar casas e devorar cultivos.

Essa migração também já causou inúmeras mortes por ataques de elefante, normalmente mães protegendo seus filhotes ou por machos jovens.

 

Foto destaque: Elefante espia através da folhagem. Reprodução/National Geographics Brasil.

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