Nesta sexta-feira (20), ajuda humanitária enviada por Israel está prevista para chegar na Faixa de Gaza, uma das regiões mais prejudicadas em função da guerra entre Israel e o grupo terrorista do Hamas. Ao todo, mais de 100 caminhões com suprimentos chegam para prestar suporte ao território, no qual o governo de Israel havia cortado o fluxo da rede elétrica, a recepção de alimentos, água e combustível.
O conflito Israel x Hamas
O território que, nos dias atuais, está majoritariamente sob controle israelense, foi uma região disputada inicialmente pelo povo hebreu e filisteu em uma série de conflitos que resultaram em ocupações, expulsões, expansões, contra-ofensivas e perdas em diversos momentos. Séculos depois, no século XIX, após a derrocada do Império Otomano (1299-1918) na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que teve seu território dividido entre os vencedores Império Britânico e a França, o povo judeu se mobilizou no movimento sionista, responsável por cultivar um sentimento de nacionalidade e reivindicar diante da comunidade internacional a criação de um estado judeu na região da Palestina, perdida na invasão do Império Romano e considerada sagrada para o judaísmo.
A ideia inicial desde a década de 1920 era a compra de territórios do Mandato Britânico da Palestina pelo povo judeu, porém, após o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) criou o estado de Israel apoiado pelas nações vencedoras. A comunidade internacional defendia também a criação do estado Palestino.
A expansão do território de Israel ao longo dos anos. (Foto: Reprodução/ EBC/ Agência Brasil)
No entanto, as tensões que vinham desde o movimento sionista no século XIX até as negociações no pós Segunda Guerra ocasionaram nas Guerras Árabe-Israelenses declarada pelos países da Palestina, Egito, Síria, Transjordania, Iraque e Líbano. Contudo, a discrepância na preparação das forças armadas israelenses e árabes resultaram na assinatura de um armistício das nações árabes com Israel, que decretou a vitória israelense e, com as consequências da guerra, a distribuição do território que antes era de 53% para Israel e 47% para a Palestina passou para mais de 75% para os israelenses e levou ao êxodo de milhões de palestinos.
O suporte à Gaza
As tensões que persistiram ao longo do século XX originaram em 1987 a partir da Irmandade Islâmica – grupo político islâmico sunita – o movimento Hamas, que defende a aniquilação do estado de Israel desde o ano de 2000. Em 2006, o Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas e tomaram o controle total da faixa de Gaza, território costeiro superpopuloso de 360 km² e mais de 2,6 milhões de habitantes, derrubando posteriormente as forças ligadas ao presidente Mahmoud Abbas.
Sistema anti-aéreo de Israel intercepta mísseis disparados pelo Hamas. (Foto: Reprodução/ Reuters/ Ammar Awad)
No dia 7 de outubro, as forças terroristas do Hamas transgrediram a fronteira da faixa de Gaza e realizaram um dos maiores atos terroristas dos últimos anos, com mais de 5,5 mil mortos em decorrência da guerra até o momento.
O Estado de Israel, em resposta aos ataques, bloquearam a rede elétrica e o fornecimento de água, alimentos e combustível no território. No entanto, após os apelos das organizações governamentais internacionais e também do encontro em Tel Aviv com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, um dos principais aliados de Israel, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi convencido a enviar ajuda humanitária à faixa de Gaza.
Foto destaque: Israel é convencida a enviar caminhões com suprimentos após pressão internacional. Reprodução/ Reuters/ Amr Abdallah Dalsh