Em tom calmo, Ciro Gomes pretende governar através de plebiscitos e taxar grandes fortunas

Bernardo Muniz Por Bernardo Muniz
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Na noite desta terça-feira (23), o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes concedeu entrevista ao Jornal Nacional, em que abordou algumas das principais pautas que rodeiam a sua campanha. O candidato é o terceiro nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Lula e do atual presidente Jair Bolsonaro, que juntos dividem mais de 70% das intenções de voto.

Ao longo da entrevista, notou-se uma postura mais tranquila vinda do candidato, que costuma ter um semblante mais duro em suas falas. As pautas principais que norteiam o seu plano de governo são ruptura e conciliação. 

Ciro propõe mudar o atual modelo de presidencialismo praticado no Planalto, buscando um modelo de democracia mais direto com a realização de plebiscitos para decidir suas propostas de governo. O candidato citou o insucesso que alguns ex-governantes tiveram com o atual modelo de governo que resultou na desmoralização do cargo de Presidente da República. 

Ao ser lembrado pelos entrevistadores que tal modelo é usado em alguns países autoritários e populistas na América Latina, Ciro disse se espelhar em modelos que são praticados tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, além de repreender o que é feito na Venezuela.


O candidato à Presidência da República Ciro Gomes. (Foto: Reprodução/TV Globo)


 

O candidato também abordou uma das principais pautas de sua campanha: a instituição de um programa de renda mínima no valor de R$ 1000 para famílias carentes. “O que estou propondo é uma perna de um novo modelo previdenciário. Então, eu vou pegar o BPC (Benefício de Prestação Continuada), a aposentadoria-rural de muitos brasileiros que ainda remanescem que não contribuíram no passado, o seguro-desemprego e pegar todos os programas de transferência, especialmente o novo Bolsa Família, que é o Auxílio Brasil, transformar em um direito previdenciário constitucional”, frisou.

Para sustentar esse programa, Ciro citou a taxação dos chamados “super-ricos”, isto é, aqueles que possuem patrimônios superiores à R$ 20 milhões, que são atualmente cerca de 57 mil brasileiros, enquanto mais de 33 milhões passam fome, segundo inquérito da  Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. O candidato explicou que a cada R$ 100 produzidos por esses “super-ricos”, R$ 0,50 seriam suficientes para sustentar o programa.

Ciro concluiu dizendo que é preciso superar a “polarização odienta” e fez um apelo aos eleitores, se mostrando como uma alternativa a quem está indeciso.

 

Foto destaque: O candidato à Presidência da República Ciro Gomes e os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. Reprodução: Marcos Serra Lima/G1

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