Especialistas especulam motivos para a queda do avião de Marilia Mendonça

Lu Mello Por Lu Mello
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As investigações sobre o acidente que causou a morte da cantora sertaneja Marília Mendonça continuam, alguns especialistas em avião tentam entender o porque o avião que transportava a cantora voava tão baixo a ponto de colidir com a torre de transmissão.

 

Como já foi confirmado pela investigação inicial, o avião colidiu com uma dessas cabos,um para-raio, que não estava energizado, segundo a companhia elétrica. O aeroporto de Ubaporanga, conhecido como Caratinga,  em que faria o pouso a 2 quilômetros do local da queda, tem uma pista de 1.080 metros, com montanhas dos dois lados e a aproximação é feita por uma espécie de corredor.


 

Queda do avião da cantora Marilia Mendonça.(Foto: Reprodução/ANAC)


Para os especialistas não fica claro o motivo pelo qual o avião voava tão baixo naquela região.“Ele estava fazendo um voo um pouco abaixo da rampa, por uma decisão que ele achou que deveria ser seguro e manter uma visibilidade horizontal que ele precisava ter” diz  Luiz Eustáquio Morterane.

 

“Então ele tem uma altura da montanha mais a altura da torre. Então ele deveria estar voando 300 pés, ou algo em torno de 100 metros, acima da torre” comenta Roberto Peterka, especialista em segurança de voo.

 

De acordo com o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) há dois alertas de obstáculos próximos à pista de pouso de Caratinga. O primeiro alerta, feito em 5 de agosto, destaca uma torre com obstáculos e no dia 13 de setembro aponta uma antena. Todos esses alertas são informações públicas e de conhecimento obrigatório para pilotos que operam no aeroporto de Caratinga. Em nota o Decea destaca que entre os casos constam os cabos de alta tensão como obstáculos.“Pelo fato de a linha de transmissão naquele trecho em que ocorreu o acidente está além dos limites do Plano Básico de Proteção do Aeródromo, esses cabos não fizeram parte da análise, segundo os critérios da Organização de Aviação Civil Internacional.”Um piloto que for voar para esse aeroporto, ele vai levantar as informações e vai ver que ali, nas coordenadas geográficas, têm torres e fios de alta tensão”, diz Roberto Peterka.

 

Entre muitas  especulações, colegas afirmam que Geraldo Medeiros, piloto do voo fatal, conhecia as regras da aviação, experiente e com 15 anos de profissão.Especula-se várias possibilidades em que o piloto optou por voar mais baixo, uma delas é a característica do aeroporto, que está numa altitude de 600 metros e está sujeito aos efeitos das alterações climáticas como surgimento de nuvens e pode influenciar na decisão do piloto. Segundo o especialista em segurança aérea Lito Souza explica:“Quando o teto está baixo, as operações visuais ficam um pouco comprometidas, porque existe uma altitude padrão que o avião deve manter para aproximar para o pouso. E um avião a hélice seria mil pés, aproximadamente 300 metros de altitude, no circuito de tráfego para fazer o pouso.”

 

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Lito ainda argumentou outro ponto que lhe chamou a atenção, sobre o estado da aeronave após o impacto:“O fato da fuselagem estar quase íntegra nesse choque, pode indicar uma baixa velocidade no momento do impacto. Velocidade horizontal. Porque se ele tivesse uma velocidade horizontal elevada, os pedaços se fragmentaram muito mais”

 

Outro especialista apontou para mais uma possibilidade,o instrutor de voo Luiz Eustáquio Morterane, que tem 50 anos de aviação acredita que para o avião voar em uma altura tão baixa indica uma falha mecânica:“Se houvesse um problema de falha de motor, ele voa muito bem com o outro motor. É um motor turboélice. Eu acho que não está ligado a problema mecânico. E se estivesse ligado a problema mecânico, a decisão do comandante seria ir para um aeroporto de maior assistência, maiores dimensões, para que ele tivesse uma segurança, um apoio de solo maior”

Foto Destaque: Marilia Mendonça em seu último Show.Andre Cardoso/Arquivo Pessoal

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