Estado Islâmico reivindica atentados no Irã

Luiza Nascimento Por Luiza Nascimento
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Nesta quarta-feira (3), o Estado Islâmico (ISIS) assumiu a responsabilidade pelas explosões no sul do Irã, próximo ao túmulo do comandante militar Qasem Soleimani, resultando em 84 mortes e 284 feridos, conforme relato da agência estatal IRNA. No entanto, a autenticidade dessa reivindicação é questionada pelas autoridades, uma vez que o grupo não forneceu provas e seu relato difere substancialmente das informações divulgadas pela imprensa iraniana.


Explosões durante cerimônia da morte do general iraniano Qassem Soleimani. (Foto: reprodução/CNN)


Relatos do ataque e primeiro pronunciamento do presidente 

O comunicado do ISIS (Estado Islâmico, na sigla em inglês), emitido nesta quinta-feira (4), alega que dois homens-bomba detonaram explosivos durante uma cerimônia em homenagem ao quarto aniversário do assassinato de Soleimani, em Kerman. Apesar da declaração, o grupo não apresentou evidências que sustentem sua alegação.

O presidente do Irã, Ebhrahim Raisi, anteriormente responsabilizou Israel pelas explosões, ameaçando que o país “pagará alto preço”. No entanto, os militares israelenses não emitiram comentários sobre o incidente. Antes da declaração do grupo terrorista, analistas e uma autoridade dos EUA já indicavam que as explosões tinham características de um ataque terrorista, lembrando os métodos empregados pelo ISIS no passado.

Enquanto o Conselho de Segurança da ONU condenou como um “covarde ataque terrorista”, as autoridades dos EUA, cientes da afirmação do Estado Islâmico, não estão prontas para oferecer uma avaliação formal, conforme declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matt Miller. A incerteza em torno da autenticidade da reivindicação do ISIS lança dúvidas sobre as circunstâncias precisas desses trágicos eventos.

Qasem Soleimani

Qasem Soleimani foi um proeminente militar iraniano, nascido em 11 de março de 1957. Ele era major-general na Força Quds, uma divisão da Guarda Revolucionária Islâmica Iraniana, responsável por operações militares extraterritoriais. Soleimani ganhou destaque por seu papel na promoção dos interesses do Irã no Oriente Médio, especialmente no apoio a grupos aliados em outros países, como o Hezbollah no Líbano e várias milícias no Iraque e na Síria.

Em 3 de janeiro de 2020, Qasem Soleimani foi morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos, autorizado pelo presidente Donald Trump, perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque. O ataque levantou preocupações sobre o aumento das tensões na região e provocou uma série de eventos diplomáticos e militares entre os Estados Unidos e o Irã. A morte de Soleimani teve impactos significativos nas dinâmicas políticas e de segurança no Oriente Médio.

Foto destaque: explosão em Kerman (Reprodução/ G1)

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