Estados Unidos pedem “justiça” pelo assassinato de Dom e Bruno

O Governo americano pediu, nesta sexta-feira (17), “justiça” pelo assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira. O porta-voz do departamento de Estado, Ned Price, fez a seguinte publicação no twitter: “Fazemos um apelo à prestação de contas e justiça, devemos fortalecer coletivamente os esforços para proteger os defensores ambientais e os jornalistas”.

Price se solidarizou às famílias de Philips e Pereira e disse que eles foram “assassinados por apoiar a conservação da floresta tropical e dos povos nativos”.

Os homicídios só foram confirmados dias depois de o presidente americano, Joe Biden, se reunir pela primeira vez com o governante brasileiro, Jair Bolsonaro, que tem sido criticado pela forma como reagiu ao episódio.

A ONU, indígenas, ONGs e pessoas próximas dos dois homens assassinados na Amazônia expressaram sua indignação pelos assassinatos, que possui relação com a impunidade que predomina na região e para muitos é incentivada por Bolsonaro.

_{O porta-voz de departamento de Estado americano, Ned Price, em entrevista coletiva em fevereiro deste ano. (Reuters/Carlos Barria)}

Nos últimos dias, o presidente provocou indignação à brasileiros que se opõem ao governo após declarações de que a incursão de Phillips e Pereira na Amazônia era uma “aventura não recomendável” e que o jornalista era “malvisto” na região por informar sobre as atividades ilegais.

A investigação sobre o desaparecimento do jornalista e indigenista em 5 de junho gerou uma reviravolta com a confissão de um dos dois detidos: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como ‘Pelado’, que levou a polícia ao local onde disse ter enterrado os corpos, perto da cidade de Atalaia do Norte, na remota região do Vale do Javari, fronteiriça com o Peru.

A Polícia Federal informou que os culpados pelo homicídio agiram sozinhos e não fazem parte de organizações criminosas, uma afirmação com a qual não concordam as lideranças indígenas.

Foto em destaque: Pedido por justiça a Dom e Bruno repercute mundialmente e indigenas questionam investigação da PF. Reprodução: ARTE de Cris Vector.