Estados Unidos redesignam Houthis como entidade terrorista

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
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Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira a redesignação dos Houthis, grupo armado do Iêmen, como uma “Entidade Terrorista Global Especialmente Designada” (SDGT). Essa decisão reverte a remoção do grupo da lista de Organizações Terroristas Estrangeiras (FTO) feita em fevereiro de 2021, durante a administração de Joe Biden, citando preocupações humanitárias.

Motivação por ataques no Mar Vermelho e implicações globais

A medida ocorre em resposta aos recentes ataques dos Houthis no Mar Vermelho, que alegam ser uma retaliação à ofensiva militar de Israel em Gaza. Esses ataques tiveram impacto significativo na economia global, afetando uma das principais rotas comerciais do mundo.


Grupo de Rebeldes na Praia de Iêmen (Foto: Khaled Abdullah/Reprodução/Reuters)


Embora os Estados Unidos não tenham reincorporado os Houthis como uma organização terrorista estrangeira, a nova classificação SDGT permite a aplicação de sanções econômicas. Autoridades americanas argumentam que essa designação oferece maior flexibilidade para lidar com os Houthis, minimizando simultaneamente o risco para a assistência humanitária.

Implementação gradual para proteger a assistência humanitária

A designação SDGT entrará em vigor 30 dias a partir de quarta-feira, permitindo a implementação de medidas humanitárias robustas. Autoridades planejam realizar atividades de divulgação durante esse período para organizações envolvidas na ajuda humanitária ao Iêmen, onde milhões de pessoas dependem dessa assistência, conforme relatos do Programa Alimentar Mundial.

Autoridades dos EUA afirmam que a decisão não tem como alvo a frágil trégua no Iêmen entre os Houthis e a coalizão liderada pelos sauditas. Em vez disso, faz parte de um esforço mais amplo para pressionar os Houthis a cessarem seus ataques no Mar Vermelho. Destacam que a medida visa enviar uma mensagem clara sobre a gravidade dos ataques e a necessidade de interrompê-los.

Ataques no Mar Vermelho: ofensiva defensiva dos EUA e Reino Unido

Na semana passada, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram ataques contra alvos Houthi em áreas controladas pelo grupo no Iêmen. O presidente Joe Biden justificou a ofensiva como uma resposta direta aos ataques Houthi contra navios internacionais no Mar Vermelho. Funcionários americanos afirmam que essas ações são defensivas, visando proteger o comércio internacional, sem buscar uma escalada no conflito.

A decisão de redesignar os Houthis reflete a complexidade geopolítica na região, destacando os desafios em equilibrar interesses humanitários com preocupações de segurança e estabilidade regional. O governo dos EUA busca, assim, enviar uma mensagem clara aos Houthis e à comunidade internacional sobre a gravidade dos ataques e a necessidade de interrompê-los.

 

Foto destaque: Grupo armado de Houtis (Reprodução/CNN Brasil/Getty Images)

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