O jovem Pedro Henrique relatou ter feito a compra de dois pacotes de viagem para Buenos Aires após tomar zolpidem, que é um remédio controlado que trata a insônia. Os médicos afirmam que o uso indiscriminado e sem orientação médica do medicamento é um risco à saúde.
“Eu tomei a medicação e me deitei. Quando me deitei, comecei a sentir fome. Levantei e fui pegar a comida na geladeira. Me sentei na cama e fiquei olhando o Instagram. Nisso já começam os lapsos de memória”, contou o estudante Pedro Henrique Alves, de 22 anos.
O jovem estudante só foi descobrir no dia seguinte, quando pegou o seu celular e encontrou um vídeo que havia enviado para uma amiga. “Eu sonhei que a rainha de Genóvia está vindo me pegar e estou indo embora. Tchau para todo mundo. Um dia eu volto, talvez não.”
Pedro Henrique relatou no twitter o ocorrido e enviou prints da passagem e da conversa com uma atendente na tentativa de cancelar a compra.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>NUNCA MAIS TOMO ZOLPIDEM NESSA VIDA <a href=”https://t.co/GFQxde0Z9t”>pic.twitter.com/GFQxde0Z9t</a></p>— Pedu (@hpedrenrique) <a href=”https://twitter.com/hpedrenrique/status/1557672857785843712?ref_src=twsrc%5Etfw”>August 11, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Pedro Henrique faz o uso de zolpidem desde 2020. Os Médicos podem indicar o zolpidem para alguns casos de insônia, mas a bula deixa claro que o remédio não deve ser usado por mais de quatro semanas. O zolpidem é um dos medicamentos mais prescritos para tratamento de curta duração da insônia, mas de acordo com a bula eletrônica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sonolência, dor de cabeça, boca seca e fadiga são exemplos de possíveis efeitos colaterais. Algumas pessoas podem também ter alucinações, agitação e pesadelos.
Até mesmo por isso é que os médicos alertam que é fundamental se deitar imediatamente após tomar o remédio. Mexer no celular, ir ao banheiro ou a cozinha sob o efeito de zolpidem podem acabar trazendo consequências severas.
“É como se eu tivesse acordado e, ao mesmo tempo, dormindo. Esse estado é muito semelhante ao sonambulismo”, afirma Dalva Poyares. pesquisadora do Instituto do Sono e professora da Unifesp.
No final das contas o jovem estudante conseguiu cancelar a compra da viagem e viralizou nas redes sociais. Após o relato do jovem se multiplicaram outros relatos de efeitos colaterais do remédio.
Foto destaque: Zolpidem pode causar alucinações: Reprodução/Veja.