Evasão escolar sobe em 128%, repetindo situação de 2007

Mateus da Assunção Por Mateus da Assunção
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O processo de inserção no ambiente escolar passa por um filtro extremamente desigual no Brasil. Um dos dados menos satisfatórios do país está localizado no sempre constante movimento de evasão escolar, que saltou para números alarmantes, sendo 4, 35% a taxa de alunos nessa condição, todos entre a idade de 5 e 9 anos. Segundo o jornal Correio Braziliense, os números “foram divulgados na pesquisa Retorno para Escola, Jornada e Pandemia, da Fundação Getulio Vargas, divulgada nesta quarta-feira (19/1)”.

A taxa ultrapassa em 128% os dados apresentados em 2019, que marcaram 1,41% no último trimestre. Ainda segundo o mesmo estudo, o ápice foi alcançado no terceiro trimestre de 2020, em 5,51%. A situação repete o ano de 2007, em que o Brasil caiu no mesmo patamar.

O Correio Braziliense reproduziu o seguinte trecho de Marcelo Neri, diretor da FGV Social, sobre a questão:

“Os mais novos saíram mais da escola e retornaram menos aos bancos escolares. Há um ciclo de saída da escola ao longo do ano letivo que deve ser combatido desde o seu início, pois aí se estabelece um piso da taxa de evasão do ano. De forma consistente, as crianças apresentaram altas taxas de distanciamento social rigoroso (39,1% de 5 a 9 anos contra 23,9% daqueles com 60 anos ou mais ou 10,1% de 15 a 19 anos em setembro de 2020)”.


                           Desde sua aplicação inicial, o ensino remoto tem sido criticado por sua desigualdade (Foto: Reprodução/Andes/Sindoif)                            


É ainda pior quando se contempla os números de alunos entre 6 e 14 anos de idade. Segundo o G1, que entrevistou Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais do Todos pela Educação, deixou a entender que, na opinião do especialista, se há um grande culpado por detrás disso, esse é o ensino remoto, que não conseguiu se aclimatar à demanda de ensino durante a pandemia.

 “Muitas dessas crianças tiveram pouquíssimo acesso a qualquer ensino durante o fechamento de escolas. Então, é natural, esperado, digamos assim que haja esse distanciamento”, disse ao Bom Dia Brasil.

 

Foto Destaque: Reprodução/ClipEscola

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