Um ex-agente da inteligência colombiana, acusado de torturar psicologicamente uma jornalista, foi condenado a 150 meses de prisão. Claudia Julieta Duque, jornalista colombiana, investigava as circunstâncias da morte de seu colega Jaime Garzón, jornalista e humorista, que foi assassinado em 1999.
Acusação e sentença
Ronal Rivera Rodriguez, o ex-agente da inteligência colombiana, foi apontado como coautor dos crimes de tortura psicológica e perseguição contra a jornalista, em razão do trabalho investigativo que ela realizava. As perseguições começaram em 2001 e duraram até 2008, com participação de Rivera entre 2003 e 2004. Em razão disso, a jornalista teve que se exilar em outros países diversas vezes, já que até sua filha, menor de idade, estava sendo ameaçada de morte.
Em virtude de um recurso utilizado pela defesa de Duque, nesta quinta-feira (23) o Tribunal Superior de Bogotá considerou Rivera culpado e sentenciou uma pena 150 meses de prisão – equivalente a 12 anos e seis meses –, além de uma multa de 1500 salários mínimos mensais.
Outros envolvidos
Agentes do Departamento Administrativo de Segurança (DAS), que foi extinto em 2011, eram investigados pela jornalista colombiana, que suspeitava que eles participaram do crime de assassinato do colega. A partir disso, começaram as perseguições contra a profissional. O ex-diretor do DAS, José Narváez, e o chefe paramilitar Carlos Castaño, foram encaminhados como autores intelectuais do crime. Narváez cumpre 26 anos de prisão e Castaño morreu antes de ser capturado pela Justiça.
Assassinato de Garzón
Na manhã de 13 de agosto de 1999, o jornalista e humorista foi assassinado a tiros enquanto estava a caminho de uma emissora de rádio. Por ter sido perpetrado a partir de agentes públicos em parceria com paramilitares, o crime é considerado como um crime de Estado. Jaime Garzón era um dos jornalistas mais conhecidos no país e denunciava o conluio entre comandantes das forças armadas com elites econômicas e grupos paramilitares do país.
Foto Destaque: Rinal Rivera Rodriguez, condenado por crimes cometidos contra jornalista colombiana (Reprodução/AFP)