O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, anunciou na última sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu enviar o ex-chanceler Celso Amorim à Ucrânia. Atualmente, Amorim exerce o cargo de assessor especial da Presidência.
Em comitiva presidencial em Lisboa (Portugal), onde Lula está atualmente em visita oficial, Macêdo declarou que “o presidente Lula determinou e me orientou que dissesse que o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, que esteve na Rússia, vai visitar a Ucrânia”. No governo anterior do atual presidente, Amorim foi Ministro das Relações Exteriores, e atuou ativamente na consolidação do bloco BRIC.
Em relação à forma como as declarações de Lula sobre a guerra da Ucrânia foram recebidas, Macêdo afirma que “houve uma interpretação que não condiz com a posição do presidente Lula“. “Respeitamos a posição do continente europeu, dos países que estão de alguma forma no conflito. Mas a posição do Brasil é de neutralidade, por uma razão muito simples: se o Brasil tomar partido, perde a autoridade política de juntar pares e países para encontrar um caminho para a paz. Esse é o sentimento do presidente Lula e essa é a tradição do Brasil”, destacou o ministro-chefe.
Recentemente, a Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP) enviou uma carta ao presidente brasileiro, à qual o canal BBC teve acesso. Nela, os representantes da instituição afirmaram que “qualquer tipo de apoio que o Brasil possa conferir à Federação Russa será desprestigiante, levará a uma desconfiança da comunidade internacional, incluindo acerca da sua posição no Conselho de Segurança da ONU“.
Lula com o presidente de Portugal Marcelo Marcelo Rebelo de Sousa e a primeira-dama, Janja. Reprodução: Reprodução/TV Brasil
A viagem a Portugal, país que apoia a Ucrânia como membro da Otan, ocorre em meio ao retorno negativo das declarações de Lula. Durante a viagem estão previstas diversas atividades, entre elas a assinatura de 13 documentos, incluindo um acordo para equivalência de diplomas nos níveis fundamental e médio.
Foto destaque: Ex-chanceler Celso Amorim. Reprodução: Agência Brasil.