O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, entregou as senhas da memória do seu celular pessoal e de seus e-mails à Procuradoria Geral da República (PGR). A defesa de Torres também colocou à disposição os sigilos fiscal, bancário e telefônico do ex-ministro. Ele havia prometido entregar as informações, incluindo as senhas, mas somente agora formalizou o gesto. Quando foi detido, ao retornar de uma viagem aos Estados Unidos, Torres alegou que deixou seu celular naquele país.
Preso há três meses devido aos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, Anderson Torres está vivendo uma nova etapa do processo, no qual optou por escolher novos advogados e assumiu uma postura de maior cooperação com o caso, sem afrontar magistrados e procuradores. Essa mudança de postura pode ser vista como uma tentativa de cooperar com as autoridades e colaborar com as investigações.
Anderson Torres discursa como ministro da Justiça. (Reprodução/ CNN)
Como resultado disso, a PGR optou a favor da liberdade de Torres, mediante uso de tornozeleira eletrônica. A decisão cabe ao ministro relator do caso, Alexandre de Moraes. Há sete advogados cadastrados no processo, tendo em vista que as peças principais são assinadas por Eumar Novacki, Raphael Vianna de Menezes, Edson Smaniotto e Fábio Fernandez.
Os integrantes da PGR ouvidos pela CNN informaram que o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos se reuniu na quinta-feira passada com a defesa de Torres para receber as senhas e outros dados. A entrega das senhas e outros dados pode auxiliar no esclarecimento dos pontos mais turvos do caso e contribuir para a resolução do processo. Além disso, a postura mais colaborativa do ex-ministro pode abrir caminho para uma possível libertação, o que seria uma boa notícia para Torres e seus advogados.
No entanto, é importante destacar que a investigação ainda está em andamento e que as informações entregues por Torres precisam ser analisadas com cuidado pelos procuradores responsáveis pelo caso. Ainda não está claro se a colaboração do ex-ministro será suficiente para esclarecer todos os fatos relacionados ao processo.
De qualquer forma, a mudança de postura de Torres pode ser vista como um passo importante na direção da resolução do caso e pode abrir caminho para uma solução negociada com as autoridades. Resta aguardar os desdobramentos das investigações e ver como as informações entregues pelo ex-ministro serão utilizadas pelas autoridades responsáveis pelo caso.
Foto em destaque: Anderson Torres. Reprodução: Agência Brasil