Ex-passageiro do submersível Titan diz que efeito de implosão foi explicado durante sua expedição

Joana Tchian Por Joana Tchian
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Um passageiro que embarcou no submersível Titan relatou que, durante a expedição até os destroços do Titanic, os efeitos de uma possível implosão a bordo foram explicados e discutidos na viagem.

Bill Price, em entrevista ao “The New York Times”, afirmou que ouviu várias analogias nas conversas dentro do submarino, em 2021, que explicavam como os tripulantes e a embarcação sofreriam caso houvesse algum problema de pressão no fundo do oceano.

Na época, Price comandava uma empresa de viagens que ficava na Califórnia, e disse ter ouvido que o feito da implosão seria o de uma latinha de Coca-Cola “sendo amassada por uma marreta”. Ou então, o efeito seria de um elefante apoiado em uma só pata “sendo esmagado por outros sem elefantes em cima dele”.

“De uma forma macabra, foi reconfortante”, disse Price ao jornal, ao chegar à conclusão de que a morte seria instantânea.

Relembre o caso:

O submersível Titan, da OceanGate, implodiu no dia 18 de junho deste ano durante uma viagem para os destroços do Titanic. Cinco pessoas estavam a bordo, incluindo Stockton Rush, CEO da OceanGate.

O aposentado Bill Price disse que o seu primeiro mergulho com o Titan, no ano de 2021, foi interrompido após o submarino apresentar falhas no sistema de propulsão. Na ocasião, a primeira alternativa para que o submarino voltasse à superfície não deu certo.

Com isso, os tripulantes tiveram que realizar um plano B, balançando o submersível de um lado para o outro para que os pesos fossem liberados. A tentativa deu certo e a equipe realizou uma nova expedição no outro dia, foi quando Price conseguiu ver os destroços do Titanic.


Restos do submersível Titan retirados do oceano. (Foto: Reprodução/Rádio Sampaio)


Rob McCallum, ex-conselheiro da empresa, disse que o Titan teria tentado voltar à superfície momentos antes do acidente, pois os tripulantes estavam tentando abortar a missão.

De acordo com a revista The New Yorker, McCallum é um consultor de expedições que ajudou a OceanGate nas áreas de logística e marketing, afirmando ter recebido alguns relatórios iniciais sobre o acidente com o submersível Titan.

“O relatório que recebi imediatamente após o evento – muito antes da identificação do problema – foi que o submarino estava afundando a cerca de 3.500 metros”, afirma McCallum.

Foto destaque: Submersível Titan, da OceanGate. Reprodução/Marília Notícia

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