O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, ficou em silêncio no decorrer de seu depoimento na manhã desta quarta-feira (18). Um pouco antes das 10:30, a equipe da corporação chegou ao 4° batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará, onde ele está detido. O ex-ministro disse que não tinha nenhuma declaração a dar aos investigadores. Os agentes deixaram o batalhão por volta das 12h.
Equipe da PF chega para tomar depoimento de Anderson Torres, em Brasília. (Foto: Reprodução/Globo)
Torres é alvo de investigação na suspeita de omissão na retenção dos atos cometidos por eleitores do ex-presidente nas sedes dos três poderes, em Brasília, no começo do mês de janeiro. Na data do ocorrido, dia 8 de janeiro, ele era o chefe da segurança pública do DF. Ele negou as acusações.
Anderson Torres foi preso no sábado (14), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Sua prisão foi decretada no dia 10 de janeiro, mas Anderson Torres estava de férias com sua família nos Estados Unidos. Após essa ordem, ele voltou ao Brasil e foi detido no Aeroporto de Brasília.
Durante a operação feita pela Polícia Federal na casa do ex-ministro, foi encontrado um esboço de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e alterar o resultado das eleições do ano passado. Anderson Torres alega que tenha recebido o documento de populares e que pretendia descartá-lo. Anderson Torres está dormindo em um beliche e tem acesso a uma antessala com um sofá, que de acordo com informações está em péssimo estado e uma mesa com 4 cadeiras. O ex-ministro também tem acesso a armários abertos do local e tem acesso a um banheiro que mede 1,5m por 2,5m. Ainda existe um alojamento adjacente, composto por uma antessala em que tem apenas um frigobar, foi autorizado que o local recebesse um micro-ondas é uma TV. O corredor de acesso à essa Sala Maior está isolado e tem policiamento e guarda 24 horas para obter o controle de acesso.
Torres solicitou atendimento psicológico. “De acordo imediato, determinei que o Comando do BAVOP mantivesse contato com a Gerência de Saúde Prisional para disponibilizar o atendimento.”, diz o documento.
Na última segunda-feira, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) fez a vistoria do local e na cela onde está Fabio Augusto Vieira, ex-comandante geral da PM.
Algumas horas após os atos terroristas realizados em Brasília, na madrugada do dia 9 de janeiro, Anderson Torres fez um pronunciamento em suas redes sociais repudiando os ataques e negou a conveniência com os bolsonaristas.
“Os promotores verificaram que as instalações são compatíveis com uma sala de estado maior, e que os presos não têm nenhum tratamento preferencial”, disse o ministério público.
Horas após os atos terroristas em Brasília, na madrugada do dia 9 de janeiro, Anderson Torres se pronunciou pelas redes sociais, repudiou os ataques e negou conivência com os vândalos bolsonaristas.
“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos”, escreveu.
Nesta oportunidade, Torres chamou os atos antidemocráticos de “execrável episódio”. “Em um caso de insanidade coletiva como esse, há que se buscar soluções coerentes com a importância da democracia brasileira”, disse.
Após a decretação da prisão, Torres informou que interromperia as férias nos EUA e voltaria ao Brasil para se entregar à Justiça.
“Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e cuidar da minha defesa”, afirma Torres.
“Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá”, declarou.
Foto Destaque: Ex-ministro Anderson Torres. Reprodução/Metrópoles