Nesta quarta-feira (25), passaram a cumprir prisão disciplinar um total de 17 militares acusados de não fiscalizarem ou conferirem o armamento do Arsenal de Guerra em Barueri, Grande São Paulo. O Exército os prendeu administrativamente, após o furto das 21 metralhadoras do quartel, e ainda pediu à Justiça Militar pela prisão preventiva de 6 suspeitos.
“O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informa que 17 (dezessete) militares do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) cumprem punição disciplinar,” informou nota do Exército. “Sancionados à luz do Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), por falha de conduta e/ou erro de procedimento nos processos de fiscalização e controle de armamento.”
Os 17 militares não tem participação direta no crime, mas eram os responsáveis pela fiscalização quando o furto ocorreu, e logo devem ficar presos por até 20 dias de cadeia.
Tais mandatos já começaram a ser cumpridos no próprio Arsenal de Guerra, mas o comandante do local decidirá se os militares ainda serão transferidos a celas de fato, ou se permanecerão apenas proibídos de deixar o quartel no esquema de “aquartelamento”, sem poderem ir para suas casas.
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O caso investigado
A prisão disciplinar dos 17 militares é uma medida punitiva referente à negligência, mas não ao crime em si. Os únicos suspeitos de furto direto – das 9 metralhadoras calibre 7,62 e das 13 metralhadoras calibre .50 – são mais 6 militares, cuja prisão preventiva já foi pedida à Justiça Militar.
Suspeita-se que o crime ocorreu em algum período a partir de feriado 7 de setembro, quando a luz foi intencionalmente cortada, desligando temporariamente o sistema de vigilância. O principal suspeito é um cabo cujas impressões digitas foram encontradas nos quadros de energia e na sala de armas, a qual não tinha autorização para entrar. Os outros militares suspeitos de colaboração tem patentes de soldado, cabo, sargento, e tenente, e com a Justiça autorizando a quebra do sigilo bancário, telefônico, e das redes sociais, podem contribuir para a produção de provas do crime.
Até agora foram recuperadas 17 das 21 armas, em operações conjuntas do Exército e da polícia militar.
Consequências do caso
Na ocasião do decreto dos mandatos de prisão preventiva, os seis militares suspeitos devem ir para o 2º Batalhão da Polícia do Exército, em Osasco, e podem ter penas variando de 1 a 30 anos pós-julgamento e condenação.
Entre outros militares que o Exército mandou prender administrativamente, estão 2 tenentes-coronéis que devem ficar detidos por 20 dias, e um major e um capitão por 10 dias.
Segundo o Instituto da Paz, o caso trata do maior desvio de armas – um total de 21 metralhadoras – que foi registrado no Exército desde 2009, quando roubaram sete fuzis de um batalhão em Caçapava.
Foto Destaque: Exército e Polícia Civil recuperam metralhadoras no Rio de Janeiro. (Reprodução/g1)