Na última quarta-feira (07), a prisão de 25 extremistas de direita que pretendiam executar uma ação violenta para tomar o poder na Alemanha chamou atenção do mundo. As autoridades do país monitoraram por anos os Reichsbürger (“cidadãos do reich“), grupos ou pessoas que negam a legitimidade da República Federal e Estado da Alemanha, bem como qualquer representante que tenha sido eleito de forma democrática. A operação foi realizada em 11 estados do país e a maioria dos presos são de nacionalidade alemã, com exceção de um russo.
A operação para a prisão dos 25 “cidadãos do reich” contou com a participação de 3 mil agentes. (Foto: Reprodução/G1)
Conforme o Ministério Público alemão, os 25 indivíduos presos “seguem um conglomerado de mitos conspiratórios constituídos por narrativas do chamado Reichsbürger e da ideologia QAnon“. A prisão é considerada mais um holofote que recai sobre o crescimento da extrema direita no mundo.
A ministra do Interior do país, Nancy Faeser, disse que “as investigações nos dão um vislumbre do abismo que é a ameaça terrorista vinda dos Reichsbürger” e que “cidadãos do reich” são “impulsionados por fantasias violentas de poder e ideologias conspiratórias“.
Esses cidadãos afirmam que se vêem fora do sistema que atualmente rege o país, como o Parlamento, leis ou tribunais, e declaram que o reich alemão existe até hoje, por isso o nome Reichsbürger (bürger significa cidadão em alemão).
Negar o sistema significa dizer que essas pessoas rejeitam, até mesmo as carteiras de identidade alemãs oficiais e que no lugar delas, emitem documentos fictícios como a “carteira de identidade do Reich” ou “carteira de motorista do Reich” e até mesmo chegam a utilizar placas de carro do “Reich alemão” e imprimem suas próprias moedas. Outra característica deles é que se recusam a pagar impostos, taxas e contribuições para a previdência.
Apesar do nome, os “cidadãos do reich” não representam um movimento nacional unificado, mas sim pequenos grupos e indivíduos que estão espalhados pela Alemanha com uma crença em comum. Durante muitos anos, esses grupos de extrema direita eram considerados como piada nacional e foram tachados de loucos. Contudo, nos últimos anos os serviços de segurança do Estado reforçaram a vigilância, uma vez que se tornaram mais radicais e perigosos.
Foto Destaque: Prisão dos “cidadãos do reich” na Alemanha. Foto: Reprodução/Correio G1